‘Na Corda do Cordel’ celebra a literatura de cordel com dança, teatro e repente

ispinhofulo_creditoAlecioCezar_divulgacao_tremDurante todo o mês de março, o Sesc Campinas traz ao público uma programação criativa e popular, celebrando um dos gêneros literários mais importantes do Brasil: a literatura de Cordel. O projeto ‘Na Corda do Cordel’ faz um recorte do nordeste e apresenta nomes importantes desta tradição, introduzida no Brasil pelos portugueses no início da colonização.

O nome vem da origem tradicional de como os ‘folhetos impressos’ de rimas e relatos ficavam expostos para venda aos clientes e leitores, pendurados ora por cordas, ora por barbantes ou cordéis. Nas feiras de rua, seus autores cantavam e declamavam suas obras, transformando de forma mágica e ligeira pensamentos em versos.

Cadenciado, fantástico e cheio de graça, o cordel marca presença nas brincadeiras com os bonecos, na dança, no teatro, no cinema, nas rodas de bate-papo e em cada canto que se pode reparar. A proposta é retomar o clima das feiras, através de chitas e mandacarus, em que trovadores cordelistas declamam as histórias mais fantásticas sobre donzelas, dragões, heróis e vilões, convidando o público a vivenciar um pouco mais desta cultura popular.

Embalada na criatividade do improviso do repente, da cantoria e da rima do cordel, o projeto terá convidados como o mestre xilogravurista J. Borges, um dos artistas folclóricos mais celebrados da América Latina; Chico Pedrosa, cordelista octogenário em plena atividade; e Asa Branca do Ceará, repentista que já improvisou com grandes nomes do repente.

A programação traz, de 1º a 31 de março, na Biblioteca do Sesc, uma instalação poética que simula uma árvore de cordel, construída com parte do acervo da Cordelteca Ambulante Zé da Luz, uma biblioteca móvel dedicada à literatura de cordel.

O público poderá participar da “Contação de Histórias” com o Grupo Parampará. Serão apresentados os contos “Uma Vaca Diferente”, “Um Sujeito Muito Esperto”, “As Três Escolhas” e “A Menina Chorona”, baseados na literatura de cordel e cultura nordestina. A atividade acontece aos sábados, das 14h às 15h no Jardim do Galpão.

O Espaço Arena também terá, aos sábados, às 14h, as “Sambadas”. Os encontros práticos ministrados pela arte-educadora e bailarina Renata de Oliveira têm a intenção de aproximar as pessoas das manifestações populares dançadas: Ciranda de Pernambuco e Coco de Alagoas.

Já o “Cordel em Linha” acontece aos sábados e domingos, das 14h às 18h, na Sala de Atividades 2, com orientação de Beth Ziani e Joana Sales. O curso propõe a utilização das ilustrações do cordelista J. Borges para criação de um painel coletivo, com impressão de fragmentos de textos, xilogravuras e desenhos dos participantes, utilizando o bordado para integrar esses elementos.

A partir do dia 15 de março, também poderá ser vista no Galpão Multiuso, a exposição “Xilogravura: A Arte de j. borges”, exposição de 20 trabalhos em xilogravura de J. Borges, que apresentam um recorte do universo criativo do artista.

Outro destaque da programação é o “Concerto de Ispinho e Fulô” que será apresentado no dia 15 de março, às 19h30, no Galpão Multiuso. O espetáculo narra a vida e obra do poeta Patativa Assaré, sob a ótica do educador Paulo Freire. Espetáculo vencedor do Prêmio Shell de Teatro de Melhor Música. Direção: Rogério Tarifa. Elenco: Dinho Lima Flor, Patricia Glifford, Rodrigo Mercadante, Karen Menatti e Thaís Pimpão.

De 16/3 a 6/4, quartas, das 19h às 22h, acontecerá também uma oficina de “Introdução à Ilustração de Cordel” na Sala de Atividades 4, com orientação de Eduardo Ver (Ateliê Piratininga). O curso apresenta uma introdução histórica sobre a importância da xilogravura na ilustração dos folhetos de cordel, bem como os conhecimentos básicos para gravação em matriz de madeira e a técnica de impressão manual.

“Lá no Meu Sertão – Cordéis, Xilogravura e Cantorias” acontece no dia 16, às 19h30, no Galpão Multiuso. O cordelista e poeta paraibano Samuel Quintans, vulgo Samuel de Monteiro, conduz uma animada conversa sobre o universo da xilogravura, do cordel e das cantorias pé-de-parede.

“A Arte da Xilogravura”, é outra oficina que será oferecida nos dias 17 e 18, quinta e sexta, das 14h às 18h, na Sala de Atividades 4, com orientação de J. Borges e Pablo Borges. Curso sobre xilogravura, com informações de técnicas que vão desde a escultura até a impressão.

Outro destaque é o espetáculo teatral “Ledores No Breu”. Com a Cia. do Tijolo. Inspirado nas obras do poeta Zé da Luz, do ficcionista Guimarães Rosa, e no pensamento e prática do educador Paulo Freire, o espetáculo trata das relações entre o homem da leitura das letras e do mundo à sua volta. Atuação: Dinho Lima Flor. Direção: Rodrigo Mercadante. A apresentação acontece no dia 18, sexta-feira, às 20h, no teatro do Sesc. Ingressos variam entre R$ 5,00 e R$ 17,00.

“Pé no Cordel” traz também “Cantoria de Pé-de-Parede – Repente com Asa Branca do Ceará e Zé Cardoso”. Os repentistas Asa Branca do Ceará e Zé Cardoso apresentam variados estilos das cantorias, além de temas propostos pelo público presente. Tudo improvisado, como uma boa cantoria de pé-de-parede. Atividade acontece no dia 22 de março, às 20h, no Galpão.

No dia 19, sábado, às 18h, no teatro do Sesc, o público poderá assistir ao espetáculo de dança “Cordel Encorpado” com a Cia. Repentistas do Corpo. Com direção de Sérgio Rocha, o espetáculo investiga o universo lúdico-poético do cordel e cruza suas linhas de ritmo e rima com dança contemporânea, cenas teatrais, percussão corporal e voz. Os ingressos variam entre R$ 5,00 e R$ 17,00.

A programação completa pode ser vista no Portal do Sesc. (Carta Campinas com informações de divulgação)


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