jonasPrefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), aparece na grande planilha apreendida pela Operação Lava Jato na empreiteira Odebrecht, com cerca de 200 políticos.

Jonas teria recebido R$ 300 mil durante o primeiro turno da campanha a prefeito em 2012. O detalhe é que não há qualquer contribuição das empresas do grupo Odebrecht na prestação de contas do prefeito apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O prefeito de Campinas, que está na França, emitiu nota negando que tenha recebido doações não contabilizadas (corrupção) na campanha pela Prefeitura em 2012. Segundo o texto, não houve dinheiro da Odebrecht para a campanha de 2012, cujas contas foram aprovadas sem ressalvas pela Justiça Eleitoral, segundo informou o jornal Estado de S. Paulo.

O Prefeito também diz que a sua gestão “não firmou e não tem nenhum contrato em vigor com a Odebrecht.” No entanto, outras empreiteiras doaram grandes quantias: a Gencons Avant Gard Empreendimentos, com sede em Paulínia doou R$ 150 mil e Pav­Mix, empresa do Grupo GNT, também com sede em Campinas, mais R$ 150 mil.

Segredo

O juiz federal Sérgio Moro mostrou mais uma vez as contradições de suas decisões judiciais. Após serem divulgados nomes de políticos do PSDB e da oposição, ele decidiu hoje (23) colocar em segredo de Justiça uma lista de pagamentos a cerca de 200 políticos, apreendida em uma busca da Polícia Federal na casa de um dos executivos da Odebrecht.

A medida foi tomada pelo juiz menos de uma semana após a divulgação de grampos, considerada ilegal, por conter ligações com advogados e com a presidente da República. Na decisão anterior, afirmou que tudo no poder público deve ser publicizado. Agora parece ter mudado de ideia.

A lista cita políticos da oposição e do governo que teriam recebido repasses da empreiteira. Nos documentos, não há juízo sobre a legalidade dos pagamentos. A construtora é uma das maiores doadoras a políticos.

“Prematura conclusão quanto à natureza desses pagamentos. Não se trata de apreensão no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht e o referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente, diversas doações eleitorais registradas nos últimos anos”, argumenta o juiz.

Moro decidiu colocar a planilha, apreendida na residência de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, executivo da empreiteira, por citar políticos que tem foro por prerrogativa de função e só podem ser processados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“De todo modo, considerando o ocorrido, restabeleço sigilo neste feito e determino a intimação do MPF para se manifestar, com urgência, quanto à eventual remessa ao Egrégio Supremo Tribunal Federal para continuidade da apuração em relação às autoridades com foro privilegiado”, decidiu Moro. (Carta Campinas com informações da Agência Brasil e Estadão)