A ação da Polícia Federal contra o ex-presidente Lula parece ter sido arquitetada enquanto o senador Delcídio do Amaral (PT) estava preso.
Para conseguir uma liberdade, Delcídio negociou as informações divulgadas pela imprensa.
As informações não são oficiais e nem fazem parte de delação premiada, como anotou o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot. Portanto, juridicamente não valem nada, mas sua divulgação na imprensa tem grande valor e pode legitimar ações mais agressivas como as que ocorreram contra Lula.
No entanto, as declarações serviram para dar liberdade a Delcídio do Amaral. Um repórter da Globo afirmou ontem no Jornal da Globo que foram declarações de difícil negociação entre a Polícia Federal e Delcídio.
As declarações de Delcídio foram então repassadas à imprensa e publicadas na quinta-feira, pela revista IstoÉ. Normalmente a revista sai na sexta-feira. A Veja ficou de fora porque já está totalmente desacreditada por sua ação partidarizada. Então, uma revista diferente, conhecida como “Quanto É’, publica e a grande mídia repercute.
Delcídio foi solto dia 19 de fevereiro. A publicação da matéria poderia ter sido feita na semana passada, mas estrategicamente o vazamento foi reservado (ou combinado) para sair ontem, no dia da votação do STF em que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se tornaria réu. Se saísse uma semana antes, esta semana a condenação de Cunha seria uma ducha de água fria no efeito midiático.
Em nota totalmente ensebada, Delcídio não nega as informações.
No Jornal da Globo, William Waack aparece ao lado de um batalhão de repórteres para repercutir a Isto É e decreta o impeachment de Dilma: “Nenhum presidente resiste”, afirmou.
De madrugada, o editor da IstoÉ previu um dia cheio de Paz e Amor. Glauco Cortez)
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