A Secretaria Municipal de Educação de Campinas está com as matrículas abertas para os interessados em participar do Programa Primeira Nota, que oferece ensino gratuito de teoria musical e práticas de canto e instrumentos para crianças com idade entre 6 a 14 anos.
Uma única escola para uma cidade de 1 milhão de habitantes e com cerca de 100 mil alunos entre ensino fundamental, médio e Educação de Jovens e Adultos, segundo dados de 2013, expõe a miséria da educação na cidade e no Brasil. Ou seja, de aproximadamente 100 mil alunos matriculados na rede pública, apenas cerca de 600 terão aula de música. O que parece bom, oferta de aulas de música, é na verdade um engodo do poder público para não oferecer educação de qualidade na rede de ensino.
Um único local das aulas em toda a cidade prejudica alunos que moram distantes. O cadastro de pré-matrícula pode ser feito por meio do endereço eletrônico www.campinas.sp.gov.br/primeira-nota. No entanto, elas devem ser efetivadas no Centro Escolar Municipal de Música Manoel José Gomes (Cemmaneco), na Vila Marieta. Alunos todas as outras regiões devem se deslocar até a Vila Marieta para ter aulas que a escola pública não oferece.
No entanto, essas aulas são fundamentais na educação, segundo o diretor do Instituto de Artes da Unicamp, Fernando Hashimoto, que é parceiro da Secretaria Municipal de Educação neste projeto Primeira Nota.“A música auxilia no desenvolvimento cognitivo do aluno e amplia as suas habilidades”, afirma.
Para torna-se um aluno do Programa Primeira Nota, não é exigido conhecimento prévio de música. É preciso estar matriculado em uma escola da rede pública de ensino e ter interesse em aprender música. O material didático e os instrumentos são oferecidos pela escola.
Estão disponíveis vagas para o curso de musicalização destinado a crianças com idade entre 6 e 10 anos. A partir dos 11 anos até os 14, são oferecidas oportunidades para os interessados em instrumentos de cordas, percussão e metais, tais como: violino, violoncelo, saxofone, trombone, flauta, entre outros. “Temos casos de alunos que já têm algum conhecimento e ele está na escola para aprimorá-los”, comenta Hashimoto.
As aulas de musicalização acontecerão no período da tarde, das 14 às 17h30 e as instrumentais serão distribuídas entre manhã das 8h às 12h e noite das 19h às 21h30.
Para a matrícula são necessários: comprovantes de matrícula – da escola em que o interessado estuda – e de endereço, documento de identidade dos pais e aluno e duas fotos 3×4 do aluno. As vagas são preenchidas por ordem de chegada, uma vez que elas são limitadas.
As aulas são ministradas por estudantes do curso de Música da Unicamp e são realizadas duas vezes por semana no Cemmaneco, localizado na Rua Dr. Betim, 520 – Vila Marieta. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (19) 3235-2051.
Matrículas
Local: Centro Escolar de Música Manoel José Gomes
Rua Doutor Betim, 520, Vila Marieta.
Horário: 8h às 16h ou das 19h às 21h
Atendimento de segunda à sexta-feira.
Documentação necessária:
RG dos pais e responsáveis, Certidão de nascimento ou RG do aluno, Comprovante de endereço, Declaração de matrícula da escola e 02 fotos 3×4.
Excelente iniciativa e uma ótima escola. Só é uma pena a manchete ser tão depreciativa e negativa. As pessoas tem que ir atrás de melhorias e maneiras de viabilizar projetos, e não ir contra tudo e só criticar.
Parabéns pela Escola e pelo Projeto Primeira Nota.
Priscila, apesar de concordar em parte com a sua opinião, é impossível não observar que dessa forma, o governo economiza (e ai são todos… Federal, estadual e municipal), e apesar do projeto ser muito importante, somente maqueia a ausência da uma matéria tão importante para o desenvolvimento humano. Sendo profissional na área, sei que é quase raro a abertura de concurso para profissionais da educação (e se ta difícil para as matérias “normais”, como português e matemática, jáda pra imaginar a música), onde a lei da inclusão de música no sistema educacional é descumprida pelo próprio governo que a criou, e abrem-se “projetos” que, apesar de disponibilizar arte e cultura para sua população (de uma maneira bem precaria… Não pela qualidade de ensino, pois os professores são excelentes, mas pela demanda altíssima de alunos interessados e a inviabilidade de atendimento à todos), acabam por não respeitar o profissional, que acaba por trabalhar sem direitos trabalhistas devidos. Por esse motivo, sinto por mim e pelos meus colegas que gostariam de trabalhar mas não tem ambiente apropriado para tal ação, assim como pelas crianças e seus responsáveis, que mesmo quando têm consciência da importância da música no desenvolvimento do seu filho, não tem condições financeiras para oferecer essa educação.
Entendo seu lado também e concordo com sua razão. Porém não entendi o trecho: “acabam por não respeitar o profissional, que acaba por trabalhar sem direitos trabalhistas devidos”.
Quem não respeita o profissional? Qual profissional específico você se refere? E quem trabalha sem direitos trabalhistas?
Torço para que essa iniciativa seja a primeira de muitas. Que a longo prazo muitas crianças possam ser atendidas. E te digo mais: que os pais tenham noção da importância da música (e da arte em geral) na formação de seus filhos, pois muitos não valorizam, muito menos vão atrás de uma oportunidade para os seus filhos.
Em tempo, admiro muito os profissionais da educação. Apoio sempre os dos meus filhos. E tenho orgulho se ser neta, filha, sobrinha e prima de educadores que amam suas profissões! Parabéns pela linda carreira!