Um estudo da Unicamp, realizado pelo professor Miguel Juan Bacic, do Núcleo de Economia Social, Regional e Urbana (NESUR) apontou pelo menos três problemas que podem ser considerados graves na operação do transporte público de Campinas, que é financiado por passagem a R$ 3,80 e subsídio da prefeitura.
O estudo foi encomendado pela Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas), que gerencia o transporte da cidade.
Apesar de o trabalho avaliar que R$ 3,80 é insuficiente para cobrir o custo do transporte, o estudo apontou problemas que poderia alterar o resultado. Um deles é a permissão da Transurc (Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Campinas) de operar o sistema de bilhetagem eletrônica. O estudo diz que esse serviço deveria ser feito pela própria prefeitura ou por empresa, que não seja concessionária do serviço. A Transurc não poderia vender os bilhetes e ser a representante dos interesses das empresas.
Outro problema grave é a falta de clareza nos dados gerenciais e econômicos das empresas do transporte público de Campinas. A conclusão é de que elas devem constituir uma sociedade de propósito específico, isolando a atuação no transporte do município das demais operações das empresas. Com isso, haveria clareza sobre os dados gerenciais e econômico-financeiros dessas empresas
Outra recomendação do estudo é a adoção ou desenvolvimento de um software de gestão que permita, em tempo real, o acesso da Emdec a todas as informações gerenciais da operação feita pelas empresas, além da realização da revisão de parâmetros de contrato a cada três anos. Essa gestão dos dados gerenciais também deve ser estendida aos permissionários do Sistema Alternativo.
Para o secretário de Transportes e presidente da Emdec, Carlos José Barreiro, o atual modelo tarifário é “bom, monitorado de forma adequada, mas necessita de aprimoramentos e revisão periódica, para melhorar continuamente”. (Carta Campinas com informações de divulgação)
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