No documentário, Buraco do Rato, é possível perceber a origem do rompimento das barragens da Samarco (empresa cujos donos verdadeiros são a mineradora Vale do Rio Doce e a multinacional BHP), e que provocou o maior desastre ambiental do Brasil.
A lama devastou comunidades, destruiu rios e o meio ambiente e chegou ao oceano Atlântico.
A origem do vazamento da lama está, não em uma fissura da proteção da lagoa de lama e rejeitos, mas um pouco antes historicamente. De acordo com o documentário, percebe-se que o vazamento começou na promiscuidade entre grandes empresas, no caso a Vale do Rio Doce, e os aparelhos do Estado brasileiro.
Quando uma empresa fica muito grande, muito poderosa, o Estado é tragado por ela.
O vídeo mostra uma empresa com métodos de guerra, associada a agentes do próprio Estado, como a Polícia, para deixar de cumprir as leis e atacar opositores e populações que foram prejudicadas com os projetos de mineração.
Algo inacreditável, mas o vídeo deixa evidente que há uma ligação entre o Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 1996, e o rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG), em 2005.
O vídeo mostra um histórico de acusações contra a Vale sem que ninguém nos últimos 20 anos tenha sido punido.
Mas o vídeo não fala de outras relações da Vale do Rio Doce com o Estado brasileiro que são, mais ou tão graves. Uma é o financiamento de políticos pela Vale. E também não diz que a Vale do Rio Doce é a empresa com a maior dívida com a população do Brasil.
Há décadas, a fissura que gerou o vazamento da barragem começou com a submissão do Estado aos interesses de uma grande empresa.
Um modelo do capitalismo brasileiro, que se percebe ao ver o documentário, é a associação de duas regras contábil: não pagar impostos e financiar agentes públicos do Estado.
Só poderia resultar em um mar de lama.
Veja o documentário:
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