Manobra do presidente da Câmara e de seus aliados no golpe avacalha de vez o parlamento; decisão de impor votação secreta para definir os integrantes da comissão de impeachment e de não permitir questões de ordem termina em cenas de briga de rua no plenário da Casa; urnas foram quebradas; circo criado por Cunha terminará no Supremo Tribunal Federal; o PCdoB entrou com duas ações conta a votação secreta e contra a criação de uma chapa alternativa; segundo a líder do partido, deputada Jandira Feghali (RJ), isso é ilegal; Cunha, que tenta solapar a democracia, já conseguiu destruir a Câmara em sua breve gestão.
A decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de impor votação secreta na sessão que escolherá os integrantes da comissão de impeachment na Casa e de não permitir questões de ordem terminou em empurra-empurra, tumulto e cenas de briga de rua no plenário da Casa.
Urnas chegaram a ser quebradas. Parlamentares petistas ficaram em frente a algumas delas, anunciando que iriam obstruir a votação. O presidente da Câmara abriu a votação, de forma secreta, às 17h18, depois de fazer a leitura dos integrantes das chapas e anunciar como seria o procedimento.
Cunha, porém, disse que a eleição será feita de acordo com o Regimento Interno da Câmara, que prevê, no artigo 188, a possibilidade de votação secreta. A líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ), disse que a existência de uma segunda chapa é ilegal. O presidente da Câmara rebateu: “E toda eleição pressupõe disputa; portanto, não se pode contestar a formação de chapas alternativas”.
A afirmação também foi uma resposta às duas ações impetradas pelo PCdoB no STF para tentar impedir a votação secreta da comissão especial que irá analisar o pedido de impeachment contra a presidente da República e contra a formalização da chapa alternativa proposta por deputados que fazem oposição ao governo.
Eduardo Cunha, que tenta solapar a democracia, já conseguiu destruir a Câmara em sua breve gestão. (247)