Os trabalhadores pedem a manutenção do critério de reajuste do piso do magistério de acordo com a Lei 11.738 e a instituição do piso salarial e das diretrizes nacionais de carreira para todos os profissionais da educação. Uma comissão deve se reunir com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, na tarde desta quarta-feira.
Fatima da Silva, diretora da CNTE, afirma que o protesto busca mostrar o descontentamento dos trabalhadores com projetos em tramitação no Congresso Nacional que tratam da educação. “É sobre a questão salarial, mas é também contra toda essa agenda de retrocesso que está posta no Congresso Nacional.”
Entre as pautas que os trabalhadores questionam no Congresso Nacional estão o Projeto de Lei (PL) 4.330/04, que libera a terceirização para qualquer área, atividade ou setor produtivo das empresas, e o PL 867/15, que inclui entre as diretrizes e bases da educação nacional a neutralidade política, ideológica e religiosa do Estado. Ou seja, quer estabelecer censura ao professor.
Segundo Fátima, o PL 867 “tira a liberdade de cátedra e interfere na questão pedagógica em sala de aula”. “Nós queremos discutir as políticas de relação de gênero desde o ensino infantil até a universidade, isso faz parte de uma pauta da contemporaneidade”, defendeu.
Bartolomeu Belmonte, professor aposentado da rede estadual de ensino, faz parte da comitiva de Mato Grosso. Segundo ele, o objetivo do ato é defender a valorização dos funcionários da educação. “Queremos um salário digno e por isso estamos lutando para que a conquista da lei do piso seja estendida a todos os trabalhadores, sejam estaduais ou municipais, em todo o país.”
Mateus Ferreira veio com a delegação do Pará para trabalhar uma pauta específica do estado, onde, segundo ele, os professores estão tendo os dias de greves descontados. “Estamos com falta de professores nas escolas de todo o estado e os profissionais enfrentam condições precárias de trabalho”, relatou.
Rosimeire de Souza, técnica administrativa, veio do Piauí trazendo como principal pauta a inclusão da categoria no Plano Nacional de Educação (PNE). “Nós, técnicos administrativos, somos os maiores penalizados, pois não estamos inclusos no PNE nem no plano estadual. Nós precisamos que melhore a questão dos salários e a estrutura das escolas, que estão em decadência em nosso estado”, reivindica. (Agência Brasil; edição Carta Campinas)