Estudantes ocupam 25 escolas estaduais em protesto contra a ‘reorganização’ escolar que será implantada, em janeiro de 2016, pela Secretaria de Educação. Uma das escolas é a Carlos Gomes, em Campinas. O levantamento foi divulgado hoje (16) pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial no Estado de São Paulo (Apeoesp).
O projeto da secretaria prevê o fechamento de 94 escolas e a transferência de cerca de 311 mil estudantes para instituições de ensino da região onde moram. O objetivo da reorganização, segundo a secretaria, é segmentar as unidades em três grupos (anos iniciais e finais dos ensinos fundamental e médio), conforme o ciclo escolar.
A quantidade de escolas ocupadas mais que triplicou desde a manhã de sexta-feira (13). Até aquele momento, alunos ocupavam sete escolas no estado: quatro na capital e três nas cidades de Diadema, Santo André e Osasco, na Grande São Paulo.
Hoje completa uma semana em que a primeira unidade de ensino da Grande São Paulo foi ocupada. Na segunda-feira passada (9), estudantes da Escola Estadual Diadema, localizada no município de mesmo nome, no ABC paulista, se instalaram nas dependências da instituição.
A ação encorajou outros jovens e, nos dias seguintes, o número passou a aumentar. Na terça-feira (10), ocorreu a ocupação da Escola Estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros, na zona oeste da capital. Na quinta-feira (12), foi a vez das escolas Salvador Allende, no Bairro José Bonifácio, região de Itaquera, no extremo da zona leste da capital, e Castro Alves, na Vila Mazzei, na zona norte.
Além dessas, outras duas unidades estaduais, a Escola Professora Heloísa de Assumpção, em Quitaúna, em Osasco, e a Valdomiro Silveira, em Santo André, no ABC paulista, foram ocupadas. Na manhã de sexta, os estudantes chegaram à Escola Ana Rosa, na Vila Sônia, zona oeste da cidade, sétima unidade de ensino da Grande SP a ser ocupada.
Na tarde da sexta-feira, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) passou a ocupar escolas do estado em apoio ao protesto dos jovens. De sexta-feira até hoje, o movimento ocupou seis escolas na Grande SP. De acordo com nota divulgada há pouco pelo MTST, foram ocupadas quatro unidades na zona sul da capital (Professor Flávio José Negrini, Professora Neyde Sollitto e Comendador Miguel Maluhy, na região do Campo Limpo, Mary Moraes, no Portal do Morumbi), uma na zona leste (Cohab Inacio Monteiro III, Cohab Inacio Monteiro) e outra em Santo André (Antônio Adib Chammas).
Além dessas escolas, a lista da Apeoesp inclui as unidades Saboya de Medeiros, Antonio Manoel Alves De Lima (Jardim Novo Santo Amaro), José Lins Do Rego (Jardim Ângela), Godofredo Furtado (Pinheiros), zona oeste; João Kopke (Campos Elíseos), região central; Martin Egidio Damy (Brasilândia), Silvio Xavier (Piqueri), Martin Egidio Damy (Brasilândia), na zona norte; Professor Oscavo de Paula E. Silva (Santo André) e Délcio de Souza Cunha (Diadema) e Elizeti De Oliveira Bertini, (Embu Das Artes), na Grande São Paulo; e Carlos Gomes, em Campinas.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo não informou o número de escolas ocupadas. Por meio de nota, afirmou que continua disposta a dialogar com os manifestantes, apesar das constantes negativas desses grupos. A secretaria lamentou que grande parte das invasões seja liderada por representantes de movimentos que desconhecem o processo de reorganização da rede de ensino.
Na nota, a secretaria acrescentou que reconhece o direito à livre manifestação, mas ratifica “que não pactua com movimentos político-partidários que não têm como objetivo a melhoria da qualidade de ensino e cerceiam o direito dos alunos de assistirem as aulas”. Informou ainda que todo o conteúdo pedagógico perdido será reposto. (Agência Brasil)