No próximo sábado, dia 28 de novembro, às 19h30, o ciclo Aula de Cinema, que acontece no Museu da Imagem e do Som (MIS), de Campinas, com curadoria do crítico de cinema e jornalista Ricardo Pereira e de Gustavo Sousa, exibe o filme “Fale com ela”, de Pedro Almodovar.
Na plateia de um espetáculo de Pina Bausch, dois espectadores sentam-se casualmente lado a lado. Um deles é Benigno (Javier Cámara), um jovem enfermeiro; o outro é Marco (Darío Grandinetti), um escritor de 40 e poucos anos. Durante a peça The Fairy Queen, de Henry Purcell, Marco se emociona e começa a chorar. Benigno observa as lágrimas do homem que senta ao seu lado e sente certa compaixão do estranho. Chega a sentir vontade de dizer-lhe que também está emocionado, mas não chega a fazê-lo. Meses depois, os dois se encontram novamente na clínica “El Bosque”, na qual Benigno trabalha. Dessa vez, o que os une é a tragédia. A noiva de Marco, Lydia (Rosario Flores), uma toureira profissional, está internada, em coma. O enfermeiro cuida de Alicia (Leonor Watling), uma jovem bailarina, que está no mesmo estado. Depois desse segundo encontro, tem início uma grande amizade entre os dois homens, tão estável e linear como uma montanha-russa. Enquanto estão na clínica, os quatro personagens têm suas vidas repassadas, culminando em um destino inesperado para o quarteto. Vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Original. Espanha, 2002. Colorido, 112 min.
Filho de um enólogo, Pedro Almodóvar nasceu em Calzeda de la Calatrava, na Espanha, em 1951. Com oito anos, muda-se com sua família para Cáceres, também na Espanha e, quando completa 20 anos, muda-se para Madri com seu irmão Agustín. Na capital, ele consegue um emprego na Telefonica e em suas horas livres começa a desenvolver suas atividades artísticas. Inicialmente, Almodóvar concentra-se na produção teatral, junto ao grupo vanguardista Los Goliardos. Em 1974, faz seus primeiros curtas-metragens em Super-8. Cria o celebrado personagem Patty Diphusa e transforma-se em um dos pioneiros da chamada “movida” madrilenha. Seu primeiro longa foi Pepi, Luci, Bom y otras chicas del montón (1980), rodado inicialmente em 16 mm e mais tarde convertido a 35 mm. Rapidamente, o filme converteu-se em um “cult”. Depois vem “Labirinto de Paixões”, de 1982, que não chega a conseguir grande sucesso. Com “Que eu fiz para merecer isto?” (1984), abrem-se para o diretor as primeiras portas do reconhecimento e dos mercados fora da Espanha, sobretudo europeus e americanos. Com “Mulheres à beira de um ataque de nervos”, em 1988, Almódovar consolida seu sucesso e reconhecimento. O filme, estrelado por Antonio Banderas, foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e, apesar de não levar a estatueta, aumentou o prestígio do diretor espanhol. Depois de anos de altos e baixos (tendo como pontos altos os ótimos “Ata-me” e “Carne Trêmula”), Almodóvar é coroado com o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1999 com “Tudo sobre minha Mãe”. Três anos depois, Almodóvar volta com novo sucesso de crítica e bilheteria: “Fale com Ela”, em 2002. O filme ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original e o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro em 2003.
A exibição é gratuita e seguida de debate. (Carta Campinas com informações de divulgação)
Local:
Museu da Imagem e do Som de Campinas
Palácio dos Azulejos
rua Regente Feijó, 859
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