A lama da Samarco de Mariana é a lama do financiamento empresarial das eleições

jean wyllys ValeA tragédia do rompimento de duas barragens da mineradora Samarco, em Mariana, em Minas Gerais, expõe mais uma vez a tragédia do “financiamento empresarial” das eleições.

A pior da corrupção com certeza é a corrupção legalizada. E o financiamento empresarial das eleições é ou era uma corrupção legalmente constituída.

A Samarco pertence à Vale do Rio Doce e à empresa anglo-australiana BHP Billiton. Duas gigantes.

A Vale, que agora matou o Rio Doce, que deu o seu próprio nome, foi privatizada no governo Fernando Henrique (PSDB). A BHP Billiton lucra em média US$ 10 bilhões (Cerca de R$ 40 bilhões por ano).

A Vale doou para quase todos os candidatos e partidos políticos (veja imagem). Teve até deputado de Minas Gerais do PSDB que atuou para evitar que o atual governo mineiro aumentasse o imposto sobre a mineradora. No governo anterior, uma investigação na Assembléia Legislativa mineira foi bloqueada.

A tragédia do financiamento empresarial é o corpo mole do estado na fiscalização, na aprovação de leis mais rígidas e na cobrança de impostos. Além é claro do lobby de deputados a favor das empresas os financiam.

Na lama da Samarco de Mariana tem muita lama do financiamento empresarial.

 

 


Discover more from Carta Campinas

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Comente