A Fundação Abrinq lançou hoje (7) uma plataforma com 165 indicadores sociais relacionados à juventude.
O Observatório da Criança e do Adolescente reúne dados de fontes oficiais de diversos órgãos para facilitar consultas e comparações das informações. Com a nova página, será possível criar gráficos e compartilhar pesquisas nas redes sociais. Apesar de reduzir a taxa de mortalidade infantil, o Brasil tem uma dívida enorme com crianças e adolescentes.
“Fizemos quase um garimpo de ir incorporando todas as informações estatísticas que existem sobre a infância e incluindo outras que se relacionam indiretamente”, disse a administradora executiva da Fundação Abrinq, Heloisa Oliveira.
As informações estão divididas por estado e por temática. São itens como alfabetização, acesso à saúde, segurança alimentar e violência. Entre os indicadores estão as taxas de homicídio, percentual de professores da educação infantil com ensino superior e número de adolescente empregados como aprendizes. Há também dados de áreas como saneamento e moradia, que não são obviamente ligados à infância, mas abordam a realidade dos jovens brasileiros. “Informações sobre pobreza interessam à infância na medida em que famílias pobres têm crianças”, explicou Heloisa.
Ela ressaltou que, algumas vezes, como os assuntos param de ser discutidos nos meios de comunicação, fica a falsa impressão de que o problema foi superado. “Às vezes, pensamos que o trabalho infantil é uma questão superada no Brasil. Reduzimos de 10 milhões para 3 milhões o número de crianças trabalhando, mas ainda temos desafios importantes para enfrentar.”
O objetivo do sistema é subsidiar o trabalho de gestores públicos, representantes da sociedade civil e formadores de opinião, facilitando consultas sobre dados que estão dispersos em várias páginas pela rede. “Muitas vezes, esses sites não são muito amigáveis. Você não tem uma informação fácil de ser obtida. Então, o nosso objetivo é justamente prestar esse serviço de colocar nesse mesmo espaço todas as informações relacionadas à infância”, ressaltou Heloísa.
Ao fornecer as informações, a plataforma também é pensada como um instrumento de pressão para adoção de políticas públicas voltadas para a infância. “Queremos que esses temas ganhem a pauta política, a pauta jornalística, que sejam discutidos abertamente pela sociedade, compartilhados nas redes sociais. No momento em que a sociedade coloca em pauta um tema relacionado à infância, há mais chance de o meio político incorporar essa pauta”, disse a administradora da Abrinq.
O sistema pode ser acessado na página. De acordo com a fundação, os dados serão atualizados sempre que os órgãos públicos divulgarem informação novas.
Criada em 1990, a Fundação Abrinq é uma organização sem fins lucrativos voltada a defesa dos direitos da criança e do adolescente. (Agência Brasil/ edição Carta Campinas)
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