Pesquisadores da Unicamp desenvolveram um método que pode possibilitar o uso de próteses de plástico feitas com óleo mamona.
Eles utilizaram o ácido cítrico no processo de produção do plástico biocompatível, que potencialmente pode ser usado em próteses e outras aplicações médicas. Para os pesquisadores, o uso do ácido cítrico criou uma espécie de “cura” do plástico com relação à toxidade.
“O óleo de mamona já foi usado na produção de próteses, só que trazia alguns problemas já identificados nas aplicações e reportados na literatura”, disse o pesquisador e docente Rubens Maciel Filho, do Departamento de Desenvolvimento de Processos e Produtos (DDPP) da Faculdade de Engenharia Química (FEQ), ao Jornal da Unicamp.
Além de o material não apresentar toxicidade em princípio, o polímero (plástico) criado na FEQ tem boa resistência química, resistência mecânica e alta absorção de impacto. Isso “significa que ele tem muito potencial para ser utilizado, inicialmente, na construção de matrizes para crescimento celular [scaffolds]”, explicou Maciel. Poderá também ser utilizado na produção de películas para a proteção de ferimentos ou no auxílio à cicatrização.
“Se você tem uma área do corpo que requer um esforço físico maior, é necessário o desenvolvimento de um polímero mais rígido, que suporte esse tipo de tensão ou de esforço. Se a aplicação for para recobrir uma área para a recuperação de uma úlcera ou ferimento que requeira o uso de um filme, ou como parte de um agente que melhore a cicatrização de pessoas que têm doenças como diabetes, por exemplo, é possível produzir o polímero de forma que seja mais flexível. É um material com uma flexibilidade muito grande em termos de possíveis aplicações. Agora que o processo foi desenvolvido, abrem-se caminhos para trabalhar em condições apropriadas que permitam obter produtos com características desejadas, destinada a aplicações específicas”, disse.
A pesquisa, reportada no Jornal da Unicamp, está na tese de doutorado “Síntese de biopolímeros a partir de óleo de mamona para aplicações médicas”, defendida pela pesquisadora colombiana Natalia Lorena Parada Hernández na Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Unicamp e orientada pela professora Maria Regina Wolf Maciel, do Departamento de Processos Químicos da FEQ. (Carta Campinas com informações de divulgação)
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