O papa Francisco pediu neste dia 1° de setembro a todos os padres para que, durante o Jubileu da Misericórdia, que começa em dezembro, perdoem os católicos que abortaram ou provocaram aborto, desde que haja arrependimento.
Em mensagem dirigida ao organizador do “Ano Santo” (ou jubileu), o prelado italiano Rino Fischella, o papa declara ter “decidido, não obstante qualquer disposição em contrário, conceder a todos os padres, para o ano do jubileu, a capacidade de absolverem do pecado do aborto todos aqueles que o provocaram e que, de coração arrependido, peçam perdão”.
A inusitada mensagem do Papa pode ajudar a descriminalização da mulher que precisou fazer o aborto em países subdesenvolvidos como o Brasil. O Papa também afirmou, em relação às mulheres que abortaram, que “o perdão de Deus a quem se arrependeu não pode ser negado”.
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“O drama do aborto é vivido por alguns com uma consciência superficial, que parece não se dar conta do grave dano do ato, mas muitos outros, ao contrário, ainda que vivam esse momento como um fracasso, consideram não ter outras vias a recorrer”, diz Francisco em carta, adiantando pensar “em todas as mulheres que recorreram ao aborto”.
“Conheço bem os condicionalismos que as conduziram a esta decisão. Sei que se trata de um drama existencial e moral. Encontrei muitas mulheres que levavam, em seu coração, a cicatriz desta escolha difícil e dolorosa. O que ocorreu é profundamente injusto”, insistiu.
Na carta, o papa indica diversas situações para que o perdão dos pecados (permitido durante o jubileu) beneficie o maior número de pessoas, tais como doentes ou presos que não podem se deslocar às catedrais ou igrejas para se arrependerem.
Durante o segundo aniversário do conclave que o escolheu, em 11 de março, o papa Francisco anunciou a realização de um Ano Santo extraordinário de 8 de dezembro de 2015 a 20 de novembro de 2016. (Agência Lusa/edição Carta Campinas)