De 19 a 27 de setembro acontece, na Unicamp e em diversos locais de Barão Geraldo e Campinas, a 16ª edição do FEIA, o Festival do Instituto de Artes da Unicamp.
Um dos eventos de difusão das artes de maior relevância no anuário cultural da cidade de Campinas, a iniciativa surgiu na virada do milênio organizada por estudos do Instituto de Artes da Unicamp.
A programação, gratuita e aberta a toda comunidade, ocupa mais de uma semana e todos os períodos de seus dias com oficinas, palestras, apresentações de música, dança, teatro, exibições de filmes e vídeos. Além disso, há também performances, intervenções, exposições artísticas e festas (o único item da programação que não é gratuito).
“Tudo o que está despencando aqui é fruto de todo esse ano em que nos encontramos para que o FEIA acontecesse. E de todos os anos que vieram antes. Materializam, por assim dizer, o encontro entre processo e produto, criando um recorte de tempo suspenso que modifica o espaço de todo dia. O FEIA XVI é um nosso sonho que toma forma nessa semana. Permita-se a experiência. Deixe-se abraçar por Morfeu”, dizem os organizadores.
A abertura do FEIA 16 acontecerá nos dias 19 e 20 de setembro. No dia 19, sábado, a partir das 13h, acontece na Estação Cultura mais uma edição do “Boteco na Estação”, dessa vez integrando a programação do Festival. Quem se apresenta é o grupo “Regional Corrupião”, um grupo de Choro em sua forma tradicional de instrumentação e sonoridade que traz consigo o “espírito chorão” das rodas tradicionais características do estilo e também o requinte de cuidadosos arranjos que enobrecem o estilo e a instrumentação. O grupo também interpreta clássicos do Samba e das Serestas mesclando assim as belas melodias choradas da música popular junto às canções brasileiras que retratam o dia a dia e os dramas sentimentais.
No dia 20, sábado, a partir das 17h, o músico Tom Zé se apresenta na Concha Acústica do Taquaral. Persona mais inventiva da Tropicália, Tom Zé trata sobre temas atuais em seu novo álbum, como patrulha ideológica, geração Y, mídia impressa e tecnologia. A abordagem das composições varia, com maestria, entre irônica, crítica e poética. O disco traz participações especiais de nomes em ascensão na cena nacional, como Tim Bernardes (O Terno), Trupe Chá de Boldo, Filarmônica de Pasárgada e Silva, além de Criolo, Kiko Dinucci e Tatá Aeroplano.
Já o encerramento será no dia 26 e 27 de setembro. No dia 26, as atividades começam a partir das 18h no CEU Jardim Florence com a apresentação do espetáculo “Xapiri Xapirê”, da Cia Oito Nova Dança. Lá onde a gente dançava sobre espelhos é um espetáculo livremente inspirado na imaginação ameríndia. A partir da perspectiva do movimento é fundamentado na pesquisa de um corpo ancestral, realizada por cada intérprete-criador. Xapiri é como os povos Yanomami chamam os espíritos ou ancestrais animais que se apresentam aos xamãs dançando e cantando. Seus corpos translúcidos estão sempre belamente adornados e brilham. Dançam sempre sobre um chão de espelhos que reflete luz. Xapiri é luz que dança e canta. Às 18h, também acontecerá uma Aula-Espetáculo, no Lume Teatro, com Maria Eugênia Nóbrega, do Instituto Brincante e Cia Soma. A dançarina irá compartilhar com o público uma reflexão sobre as singelezas e preciosidades do legado oferecido pelas danças de um Brasil antigo e inovador. Assim: com um pouco de pé, um pouco de planta, um pouco de fala e um pouco de dança! A partir das 22h, na Pizzaria Borda Brasil, acontece o “Borda com Choro”.
No dia 27, às 18h, também no CEU Jardim Florence, o público poderá assistir à “Helena Vadia”, com a performer Pâmela Villanova. Uma performopalestra que aborda discussões de gênero e sexualidade. Uma exploração cênica do mito de Helena, a mulher vadia, erótica, sexualmente ativa. No corpo de atriz, são experimentados marcadores de feminilidade e de masculinidade, justamente questionando a dualidade. Tão ambígua quanto Helena, a cena teatral é considerada um campo fértil para a flexibilização do fazer gênero, da performatividade de gênero. Às 18h, o CEU Jardim Florence recebe mais uma apresentação do espetáculo “Xapiri Xapirê”.
A última atrações artística do FEIA 16 fica por conta do grupo Picadinho da Velha, que fará um show no Auditório do Instituto de Arte (IA), da Unicamp. Em sua primeira empreitada, o grupo grava um disco em homenagem ao centenário de Guerra-Peixe, resgatando doze composições de cunho popular. Os arranjos foram feitos por Jayme Vignoli e a direção musical por Nailor Proveta. Picadinho da Velha é formado por Chico Santana (pandeiro e percussão), Diogo Nazareth (piano), Eduardo Pereira (cavaco e bandolim), Fernando Sagawa (saxofone) e Franco Galvão (violão 7 cordas). Nesta apresentação, o grupo convida Nailor Proveta, Toninho Carrasqueira e Edu Guimarães, que também participaram do disco.
No site do FEIA 16 pode ser vista a programação completa do evento, informações sobre as apresentações artísticas e as oficinas oferecidas, contemplando artes cênicas, artes visuais, dança, midialogia e música. (Carta Campinas com informações de divulgação)