É triste a aflição do teu apelo e a dor que toma conta do teu ser, estúpidos não seguem teu modelo e cegos não enxergam teu sofrer. Minguaram o merlot pro teu filé e teus charmosos dias em Paris. Não se reclinam ante a tua fé e até o pobre sonha em ser feliz. Eu vejo que essa angústia te consome, que a tua estirpe é de uma elite fina, nas regras do teu jogo não há fome e teus filhos não morrem na chacina. Será que há só desgraça pelo ar? Será que é tudo teu em nossa casa? Eu não vejo justiça em destinar toda a sardinha só pra tua brasa. Eu vejo a crueldade de um sistema que todos nós fizemos prosperar, mas o rancor amargo do teu lema, não vejo como possa te salvar. Vinganças não habitam meu espaço, pra não dar corpo ao mal que me feriu, e os selvagens genes do meu traço se dão ao laço da doma gentil. Te ocupas desse ódio aos desafetos, num mundo lindo é fértil pro amor, e semeias, no mundo de teus netos, o germe dos espinhos, não da flor. O “não mudar” não é mais opção e não se muda nada indo pra trás, também não há de ser de armas na mão que alguém vai garantir a nossa paz. Já não há mais espaço pra ganância, já não se trata gente feito traste. Que o rolar da vida enfim desgaste as arestas cruéis da ignorância. O mundo novo não é utopia e cada éon é feito dos instantes, vivamos nosso mundo, dia a dia, em paralelo ao dos intolerantes.
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Muito bom. “A Cidade somos Nós”… e não somos realmente iguais . Quanto maior as desigualdades, maior as intolerâncias–e a necessidade de se tratar desigualmente os desiguais. Para promover a redução das desigualdades.
Obrigado, Moacir. Construamos!
Muito bem! Essa terrível discrepância não é apenas financeira ou de status social: vem de um câncer do caráter, vem de um egoísmo e uma soberba dificilmente corrigíveis! Ando sem muita esperança na reforma interior pela qual a humanidade PRECISA PASSAR DIUTURNAMENTE, CONTINUAMENTE, INEGAVELMENTE. Então fico muito feliz, pelo menos ao ver que ainda há quem grite contra tamanha chaga moral, numa publicação tão bem credenciada como esta!
Grato! E esperança na esperança, porque ela espera isso de nós!