Um programa de computador, desenvolvido pela Embrapa, é capaz de avaliar a contaminação que será provocada com o uso do agrotóxico. Batizado de Acha (Avaliação da Contaminação Hídrica por Agrotóxico), o programa computacional simula o comportamento ambiental de moléculas de agrotóxicos em cenários agrícolas brasileiros. E pode ser uma solução com baixo custo e mais agilidade na avaliação dos resultados.
O software avalia a profundidade que um agrotóxico poderá chegar, informando o potencial de contaminação da água subterrânea, a persistência do agrotóxico no solo em que foi aplicado entre outros dados.
O software está em fase de validação e será disponibilizado daqui a dois anos, aproximadamente. Mas já é certo que o sistema substituirá métodos dispendiosos de avaliação de riscos ambientais.
Sem o uso de um software, seriam necessários, considerando as diversas variáveis, vários experimentos para a elaboração de um manual completo sobre a aplicação. “Os gastos ficam altos devido ao custo dos equipamentos, análises complexas e mão de obra especializada”, afirma o pesquisador da Embrapa Rômulo Penna Scorza Junior, que atua na área de contaminação ambiental por agrotóxicos e modelagem matemática e simulação da dinâmica de químicos no ambiente e solo.
O especialista explica que, com informações sobre clima, solo e molécula do agrotóxico, é possível saber, por meio de modelos matemáticos, até a profundidade a que o produto chegará, qual será sua concentração naquele ponto, quanto tempo vai permanecer no solo e o que aconteceria com o produto ao se mudar a época de aplicação, ou seja, o momento de aplicação em que haveria maior risco de contaminação em função das condições climáticas.
O Acha é resultado de um projeto de pesquisa da Embrapa Agropecuária Oeste (MS) em parceria com a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems) e financiado pela Embrapa e pelo fundo CT-Hidro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). (Carta Campinas com informações de divulgação)