A programação de cinema do Museu da Imagem e do Som (MIS), de Campinas, traz para o final de semana diversas exibições como parte dos ciclos de cinema que acontecem no local.
Na quinta-feira, 2, às 19h, será exibido o curta “O Pelicano e a Águia: símbolos e intimidades da Catedral Metropolitana de Campinas”, com direção de Paulo Evans e roteiro de Clarete Paranhos. Produzido em 2015, o curta teve apoio do FICC 2014-2015.
O Pelicano que rasga seu ventre para alimentar seus filhotes – lenda antiga – é um, entre os muitos símbolos encontrados na Catedral Metropolitana de Campinas. O documentário “O Pelicano e a Águia: símbolos e intimidades da Catedral Metropolitana de Campinas” traça um perfil da Igreja em seus aspectos históricos, artísticos, arquitetônicos e simbólicos, por meio de narrativas de personagens e de imagens que convidam o espectador a entrar no edifício e contemplar detalhes desse belo e imponente monumento, de grande importância como patrimônio da cidade.
Na sexta-feira, 3, às 19h, a exibição é do filme “Scarface”, de Brian de Palma, como parte do ciclo Máfia no Cinema, que tem curadoria de Gustavo Sousa. Al Pacino é Tony Montana, um dos mais cruéis gangsteres já descritos pelo cinema. Inspirado no clássico de 1932 de mesmo título, o filme retrata a violenta carreira de um refugiado cubano que abre seu caminho à bala até o topo do império da cocaína em Miami, explorando o poder sórdido da droga nos Estados Unidos. (EUA, 1983. Colorido, 170 min).
No sábado, a sessão é dupla. Às 16h, será exibido o filme “Macunaíma”, de Joaquim Pedro de Andrade, baseado no romance homônimo de Mário de Andrade, como parte do ciclo Cinema e Literatura, que tem curadoria do crítico de cinema e jornalista Ricardo Pereira.
Macunaíma é um herói preguiçoso, safado e sem nenhum caráter. Ele nasceu na selva e de negro (Grande Otelo) virou branco (Paulo José). Depois de adulto, deixa o sertão em companhia dos irmãos. Macunaíma vive várias aventuras na cidade, conhecendo e amando guerrilheiras e prostitutas, enfrentando vilões milionários, policiais, personagens de todos os tipos. Depois dessa longa e tumultuada aventura urbana, ele volta à selva, onde desaparecerá como viveu – antropofagicamente. Um compêndio de mitos, lendas e da alma do brasileiro, a partir do clássico romance de Mário de Andrade. Direção e roteiro de Joaquim Pedro de Andrade. Com Grande Otelo, Paulo José, Dina Sfat, Jardel Filho, Milton Gonçalves e Rodolfo Arena. (Brasil, 1969. Colorido, 108 min).
Mário de Andrade definiu Macunaíma como uma “rapsódia”, isto é, uma mistura de motivos e de tradições. O multiculturalismo e a fantasia caracterizam seu romance, a mais importante pesquisa sobre o caráter nacional realizada pela literatura brasileira. O livro ultrapassa os princípios do realismo e, em tom satírico, compõe um retrato em fragmentos do homem brasileiro. É a peça mais notável da ficção modernista. Romance de Mário de Andrade (1893-1945). Publicado em 1928.
Ainda no sábado, às 19h30, será exibido um clássico do cinema, “Jules & Jim – Uma Mulher Para Dois”, de François Truffaut, como parte do ciclo Aula de Cinema, que tem curadoria de Ricardo Pereira e Gustavo Sousa.
Uma das obras-primas da Nouvelle Vague, “Jules & Jim” é baseado no romance semiautobiográfico de Henri-Pierre Roché sobre sua relação com o escritor Franz Hessel e sua esposa, Helen Grund. Esse romântico e trágico ménage à trois ganhou força com um grupo espetacular de atores e uma inventiva forma de filmar conduzida por Truffaut. A trama começa em Paris pouco antes da Primeira Grande Guerra. O francês Jim (Henri Serre) e o austríaco Jules (Oskar Werner) se aproximam devido ao gosto pela literatura (ambos são poetas) e pelas mulheres (embora Jules seja tímido, e não consiga acompanhar o número de casos amorosos do amigo). A amizade dos dois é colocada em teste quando surge em cena a encantadora Catherine (Jeanne Moreau). (França, 1961. Preto e Branco, 100 min).
Nascido em 1932 em Paris, François Roland Truffaut praticamente fez do início de sua vida, seu primeiro filme. Assim como Antoine Doinel em “Os Incompreendidos”, Truffaut foi adotado pelo padrasto, teve uma adolescência complicada, com pequenos furtos e prisões, até o período em que se alistou no exército, e foi preso por tentar desertar. Entra em cena André Bazin, que atuará com um guardião de François, retirando-o da prisão militar e colocando-o na redação de sua revista, a mítica “Cahiers du Cinéma”, publicação na qual Truffaut começaria como crítico (brutal e implacável) e depois passaria a editor. Entre “Os Incompreendidos” (1959) e “De Repente Domingo” (1983), Truffaut assinaria a direção de 21 longas metragens e se transformaria em um dos mestres da Nouvelle Vague francesa, movimento cinematográfico que pregava a experimentação e uma montagem pouco casual que não abria concessões à linearidade narrativa valorizando a autonomia criativa. O resultado eram filmes mais pessoais e baratos em contraponto aos filmes caríssimos encomendados por Hollywood.
Todas as exibições são gratuitas e seguidas de debate. Mais informações sobre o circuito de cinema do Museu AQUI. (Carta Campinas com informações de divulgação)
Local:
Museu da Imagem e do Som de Campinas
Palácio dos Azulejos
rua Regente Feijó, 859
Centro