Nesta noite, depois de longos dias gripados, me sinto um pequeno mamífero confuso, andando atordoado pela casa, à procura de não sei quê.
À procura de uma palavra que me reanime?
Ah, palavras que me tumultuam os ouvidos, a visão, que me entorpecem! Há muito não me degelam ou me destrancam.
Há muito, muito, muito gelo e trancas em mim.
E marimbondos na varanda.
Um pequeno mamífero ou resto de um.
Fragmentos de osso, pelo, riso.
Coisas que palavras tateiam.
Futilidades do cansaço.
Nesta noite, à procura de não sei quê
Entro na ducha quente, mar mais íntimo
Antes de adormecer girassol.
Por Cida Sepulveda