O receio de ficar marcado com a pecha de golpista está fazendo com que quadros do PSDB mudem a estratégia em relação ao governo Dilma Rousseff (PT).
Essa parece ser também a avaliação de setores de mídia que atuam contra o governo petista de Dilma Rousseff. Várias reportagens no final de semana parecem ter reavaliado a tentativa de ruptura institucional por meio de um impeachment da presidente.
Isso parece ter sido o resultado direto da entrevista de Dilma Rousseff ao jornal Folha de S. Paulo, quando afirmou que a oposição quer dar um golpe de Estado.
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), vice de Aécio Neves na última campanha presidencial, parece ter feito a melhor avaliação da situação. Para o senador, “esses processos demoram, geram tensionamento. Pode haver um desdobramento dramático”, disse. “O clima de radicalização é preocupante. O Lula vai tentar mobilizar esse pessoal, e a Dilma dá a impressão de que não vai se render facilmente. Ela vai brigar, vai lutar pelo mandato”, avaliou.
Ou seja, para Aloysio não dá para dar um golpe paraguaio no Brasil, aquele que tirou o ex-presidente Fernando Lugo em poucas horas. O processo no Brasil poderia demorar meses, com partidos da base, a presidente Dilma, Lula e setores sociais impingindo a pecha de golpista no PSDB. O senador parece entender que é um risco muito grande. E arrematou: “Dilma tem respeitabilidade pessoal, tem um partido e tem o apoio de movimentos sociais.” (Veja entrevista)
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