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Médicos da Unicamp vão reconstituir crânios de 10 pacientes com peças biofabricadas

O Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas (SP) programou a reconstituição do crânio de dez pacientes  até o final deste ano com “peças de titânio” biofabricadas em uma impressora 3D do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) em Biofabricação (Biofabris). O grupo foi selecionado para a etapa de estudos clínicos do projeto de construção de próteses moldadas individualmente, o último estágio da pesquisa e um dos mais importantes por envolver a aplicação e avaliação das próteses em seres humanos.

Todos os passaram por uma ou duas cirurgias de reparação, mas sem sucesso, por diversos complicadores típicos desse tipo de situação. A maioria é homem, apresenta sequelas decorrentes de traumas de acidentes e têm entre 20 e 60 anos. “Na área médica, é preciso submeter todo material novo a uma bateria de testes e existem passos a serem seguidos. O último deles é o estudo clínico”, explicou ao jornal da Unicamp o médico Paulo Kharmandayan, professor e coordenador da área de Cirurgia Plástica do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, integrante da equipe de pesquisa do Biofabris.

De acordo com a Unicamp, a primeira cirurgia foi realizada no ano passado. O segundo paciente operado recupera-se de um procedimento realizado há dois meses. Ambos vivem com novas próteses feitas de titânio para a correção de deformidades cranianas.  “Todas as etapas são importantes, mas esta é imperativa para que tenhamos uma avaliação do que foi feito, desde a escolha do material até as técnicas de fabricação e cirurgia”, explica o coordenador do Biofabris, Rubens Maciel Filho, professor da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Unicamp.

As próteses desenvolvidas são usadas em cirurgias plásticas (craniofaciais) para a reparação de deformidades causadas por má formação ou por sequelas de traumas, como acidentes, ou doenças. No Brasil, de cada dez vítimas de acidentes de trânsito, quase seis (57,6%) apresentam traumas faciais e um (10%) tem lesões no crânio. (Com informações da Unicamp)

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