O presidente da Fundação Perseu Abramo e ex-candidato a prefeito de Campinas, Márcio Pochmann, fez na manhã desta terça-feira (30/06) em Campinas uma análise da conjuntura conservadora por que passa o Brasil.
“Precisamos entender esse processo. Até 2012, a direita aceitava o resultado eleitoral. Acabava a eleição, o governo vencedor tinha de 6 a 7 meses para receber novas críticas. Agora estamos com um caso novo. A oposição está em processo eleitoral permanente. E não só isso, eles questionam a legitimidade de quem venceu as eleições”, afirmou.
Falando a uma plateia de sindicalistas, na sede do Sindicato dos Petroleiros de Campinas, Pochmann também fez duras críticas a apatia sindical dos últimos anos diante do avanço conservador. Para Pochmann, o processo de terceirização total na Câmara Federal é uma bandeira que nem o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) tentou fazer. “O projeto atual não é regulamentar a terceirização, mas generalizar a terceirização para os não terceirizados”, disse. Enquanto isso, a estrutura sindical brasileira, que favorece o peleguismo, faz com que os sindicatos percam representatividade.
Na análise global, Pochmann chamou a atenção para a mudança do sistema capitalista. Para ele, não temos mais países com grandes empresas, mas grandes empresas que dominam alguns países. Enquanto as organizações sociais e sindicatos estão desorganizadas, preocupados com interesses menores, sem formação, sem projeto, os banqueiros estão unidos no mundo. “É um mundo governado pelas altas finanças. Os EUA estão se transformando num país subdesenvolvido, não tem indústria e os trabalhadores de serviço precisam de ajuda governamental, como o bolsa família”, afirmou.