Uma bandeira do movimento integralista brasileiro, de inspiração fascista, foi levada para a Câmara de Campinas durante votação em primeira discussão da emenda à Lei Orgânica do Município que proíbe apresentação de projetos com os temas de gênero ou orientação sexual.
Na Sessão, agora há pouco, os vereadores aprovaram a emenda de autoria de Campos Filho (DEM), que proíbe a adoção de “ideologia de gênero”. O projeto foi aprovado com 25 votos favoráveis e 5 contra.
Votaram contra apenas Pedro Tourinho (PT), Paulo Búfalo (PSOL), Gustavo Petta (PCdoB), Angelo Barreto (PT) e Carlão (PT). Artur Orsi (PSDB), Carmo Luiz (PSC) e Thiago Ferrari (PTB) não compareceram à sessão.
“Com debates acalorados entre grupos contra e a favor do projeto, jamais pensei em ver uma bandeira dos Inegralistas. Sim, aquele Movimento que se firmou nos anos 1930 com Getúlio Vargas baseado na religião e com ações facistas. O principal representante deles agrediu uma militante feminista que gritava a seguinte palavra de ordem: “o amor vai vencer”. Outro movimento que agrupou pessoas no Plenário está ligado a um segmento da igreja Católica – Renovação Carismática”, relatou o vereador Paulo Bufalo (Psol), em rede social.
A jovem agredida seguiu para Delegacia para denunciar o agressor. Segundo Bufalo, a Câmara não se manifestou diante da agressão à mulher. “É isso que combatemos, queremos é a igualdade de gênero, para diminuir a violência contra mulheres e homossexuais. Consideramos essa proposta inconstitucional no campo da legalidade e vamos tomar as devidas providências no tempo certo”, relatou.
O vereador Pedro Tourinho (PT), lembrou que houve um verdadeiro final de semana arco-íris, em que o planeta celebrou o fato dos Estados Unidos, um país tradicionalmente conservador, ter julgado e deliberado que todas as pessoas podem se casar.
“O casamento agora é um direito para todas as pessoas, independente de sexo e gênero. Isso mostra o quão complexa é nossa conjuntura. Conservadores que não temem contrapor o que está na cerne do nosso Estado de Direito. Quando vemos uma iniciativa deste tipo, percebemos que esse processo não sé apenas uma afronta a quem defende direitos iguais, mas sim uma afronta contra uma noção de mundo e de Brasil, ao projeto de termos um país efetivamente laico”, disse. (Carta Campinas)
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