Sim, teremos de conviver por um bom tempo com Bolsonaros, Mafaias, Sheherazades e tantos outros anônimos e suas ideias mirabolantes que saíram do armário quando o ódio voltou à moda no Brasil.
Esta semana o ex-ministro Alexandre Padilha (PT) e Guga Noblat (Band) foram hostilizados na rua por lunáticos.
É possível que todo mundo tem um pouco de culpa no cartório.
Esses grupos foram alimentados sem a devida crítica pela própria grande mídia.
O Brasil não puniu os golpistas e os criminosos da ditadura como Argentina e Chile.
O PSDB foi para a extrema direita e o PT foi mais pragmático do que ideológico.
São tempos insalubres, mas devem ser breves.
Também teremos de conviver por algum tempo com o rancor da classe média e alta pelo custo de vida da empregada e pelo aumento da concorrência pela melhora da escolaridade da população.
Todo esse êxtase conservador talvez seja o canto do cisne da direita reacionária, aquele suspiro, antes da derrocada.
E essa derrocada será inevitável se a democracia brasileira se mantiver como um valor fundamental em todos os extratos da população.
A cada ano que nos distanciamos dos traumas da Guerra Fria e da Ditadura Brasileira mais anacrônicos vão ficando os ultrarreacionários. Hoje são motivo de piada. Amanhã, quem sabe, sejam vergonhosos.
É certo que a tempo não é linear, não há progresso, mas toda a documentação que se tem da história pode nos impedir de cair nas ilusões que prometem o paraíso enchendo de ódio as massas.
Assim como na lenda do cisne branco, a direita reacionária brasileira que estava muda desde tragédia do Golpe de 64, pode agora cantar uma odiosa e triste canção, que antecede a sua morte.
Mas isso, e somente se… a democracia sobreviver.
O exacerbado moralismo, o puro preconceito e o ódio explícito quer vencer o pragmatismo, uma vez que o debate ideológico já não “cola”.