1907643_934198016642955_2176435048949064151_nO ciclo Cinema e Literatura, que acontece no Museu da Imagem e do Som (MIS), de Campinas, e tem curadoria do jornalista e crítico de cinema Ricardo Pereira, exibe no próximo sábado, 2, às 16h, o filme “Lady Chatterley”, um filme de Pascale Ferran, baseado no romance de D.H. Lawrence.

“Lady Chatterley” não é um filme movido por um simples caso de adultério. Aliás, o livro do qual deriva tampouco o é. D.H. Lawrence teve a sábia inspiração de fazer dessa história um romance interclasses sociais, o que somente o apimenta ainda mais.

Numa sociedade curvada sob o peso de convenções e hierarquias muito explícitas e rígidas entre patrões e seus servidores, a senhora da casa apaixonar-se por um simples guarda-caça é algo visto como muito fora do programa social aceitável. Seria ainda hoje, imagine há quase 80 anos, em 1928, quando o romance foi publicado. Mas essa é a história que todos conhecem.

A novidade da diretora Pascale Ferran é fazer dela, e de maneira definitiva, um filme autenticamente feminino. “Lady Chatterley” é um filme-fêmea, um objeto raro nesse universo fálico, e mesmo falocêntrico, que é o cinema. Ferran faz com que o ponto de vista seja mesmo o de uma mulher e isso quer dizer que explora a perspectiva da sexualidade feminina, feita de delicadeza e de nuances que, aos homens, só é dado imaginar.

No filme, Constance (Marina Hinds) vive numa propriedade rural com o marido, Clifford Chatterley (Hippolyte Girardot), tenente condenado a uma cadeira de rodas por causa da 1ª Guerra Mundial. Ela amarga uma vida monótona, presa à obrigação com o casamento. Um dia, durante um passeio na floresta, conhece Parkin (Jean-Louis Coullo’ch), o guarda-caça da propriedade. A atração entre os dois desperta nela um desejo nunca antes experimentado. (Bélgica, 2006. Colorido, 168 min).

 

A exibição é gratuita e seguida de debate. Mais detalhes sobre a programação completa de cinema do Museu AQUI. (Carta Campinas com informações de divulgação)