Em greve desde a última segunda-feira (27), os professores da rede estadual do Paraná definem hoje (30) que medidas vão tomar para responsabilizar o governo do estado, Beto Richa (PSDB) e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano (PSDB), pela ação policial que, ontem (29), deixou 170 manifestantes e 20 policiais feridos. Entre as ações avaliadas pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Paraná, está acionar a Justiça contra o governo paranaense. O Ministério Público do Paraná instaurou procedimento para apurar as responsabilidades por eventuais excessos de policiais na repressão aos professores.
“Ainda estamos tentando absorver o massacre, mas também estamos nos organizando para definirmos nossas próximas ações. É um dia difícil, pois estamos atendendo a feridos, orientando os companheiros que foram detidos e atuando em várias frentes para obtermos as informações e a provas necessárias para os encaminhamentos”, disse a secretária-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Paraná, Vanda do Pilar Bandeira.
Vanda disse ainda que o sindicato já está tratando do assunto com integrantes das comissões de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), com o Ministério Público e com a Defensoria Pública estaduais. “Convidamos representantes de organizações e segmentos que defendem os direitos humanos para definirmos uma ação coletiva para denunciar e tomar as medidas judiciais cabíveis contra o governador [Beto Richa], contra o secretário de Segurança Pública [Fernando Francischini] e contra o presidente da Assembleia Legislativa”, acrescentou Vanda, lamentando a postura do governador.
Ontem (29), o governador do Paraná, Beto Richa, disse, em entrevista coletiva, que os policiais reagiram à provocações de algumas pessoas que estavam na praça. “Sete black blocks foram presos. Os policiais, ao serem afrontados por esses baderneiros e black blocks, reagiram, em uma proteção natural de sua integridade física”.
Para a representante do sindicato, no entanto, o governador poderia ter contido a violência. “Ele não assumiu seu papel de chefe da Polícia. Ele poderia ter parado com toda a violência, que foi extremamente desproporcional. Entendemos a função da polícia de proteger o patrimônio público, mas, em momento algum, ameaçamos esse patrimônio”, afirmou a sindicalista.
Apesar das críticas ao governador e de tornar pública a intenção de acionar a Justiça, o sindicato diz acreditar na via da negociação para derrubar o projeto de lei que altera as normas da previdência pública estadual, aprovado pela Assembleia Legislativa em meio ao tumulto que acontecia do lado de fora, na Praça Cívica.
“Vamos pedir ao governador para não sancionar esta lei. Queremos continuar o debate com o governo, pois a mudança na previdência não contempla todos os servidores e, se aprovada, prejudicará cerca de 30 mil servidores”.
Vários atos de repúdio aos excessos policiais estão previstos para acontecer hoje. Uma primeira concentração aconteceu esta manhã, na Praça 19 de Dezembro, próxima ao Centro Cívico. Outra está agendada para o início da tarde, em frente ao Banco Central.
Já a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar os fatos e a possível participação de pessoas estranhas aos professores no ato e no início do tumulto. A Secretaria de Segurança Pública lamentou o episódio, garantindo ter orientado os responsáveis pela operação para evitar a violência e o confronto. (Agência Brasil)
Esse governo causou o rombo nas contas públicas e ainda diz estar defendendo o patrimônio! A deterioração do Patrimônio Público foi sempre obra dos maus governantes para atender aos interesses privados próprios e das empresas que os financiam. E o povo (incluindo os servidores) acabam pagando o pato. Que o MP cumpra mesmo seu papel!