Na próxima semana (dias 17 e 18) dois eventos em Campinas tentam entender e discutir soluções para a crise hídrica e de abastecimento de água do estado de São Paulo. Entre as questões que pautam os encontros estão: Quando e quais medidas as autoridades tomaram ou têm tomado para resolver ou mitigar este possível desabastecimento? Como conviver com uma grave falta de água? Por que o problema não foi melhor comunicado à população por meio de campanhas educativas solicitando colaboração para a minoração do consumo? Se o problema da queda de pluviosidade já vem de uma década, que ações foram feitas ou estão planejadas para, por exemplo, diminuir os desperdícios da ordem de 35% no sistema de distribuição de água – contra a média de 6% no Japão –, aumentar a capacidade de reservação dos mananciais, incluindo sua preservação e melhoria por meio do reflorestamento das bacias que os cercam? Ou ainda: como fazer com que empresas também diminuam o consumo de água?
Um acontece na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). O evento, denominado de Fórum Sustentabilidade Hídrica: Perguntas, Desafios e Governança, reunirá autoridades e especialistas do Brasil e do exterior para discutir saídas para a crise hídrica que afeta principalmente São Paulo e a região Sudeste.
Um dos convidados é o professor Richard Palmer, da Universidade de Massachusetts Amherst, que realizará um exercício de simulação com modelos computacionais para o Sistema Cantareiras. O objetivo é obter cenários possíveis de oferta e demanda de recursos hídricos, fornecendo bases importantes para estabelecer um planejamento de curto e médio prazos. Durante o evento também será discutida a criação de um banco de dados hidrometeorológicos nacional.
O Fórum da Unicamp defende a transparência de todas as informações, e essa transparência começa com a disponibilização dessas informações por meio de um banco de dados hidrometeorológicos e qualiquantitativos das águas, como oportunamente notado pelo documento “Carta de São Paulo”: “A implantação de sistemas de monitoramento da quantidade e da qualidade da água, com integração de bancos de dados climáticos, hidrológicos, ecológicos e biológicos, com acompanhamento do grau de ecotoxicidade, tem caráter estratégico para o Brasil – com reflexos regionais amplos. (…) Somente através da integração e análise desses dados de forma multidisciplinar é que a eficiência de medidas preventivas mitigadoras poderá ser atingida. É preciso fazer com que as informações sejam de mais fácil acesso para os estudiosos e para o público em geral”.
Um outro evento acontece no Sindicato dos Químicos de Campinas, dentro do Observatório de Gestão Pública do Trabalhador. Integrarão a mesa o professor da Unicamp, Antônio Carlos Zuffo, Pós- Doutor em Recursos Hídricos, o deputado estadual Carlos Gianazzi-PSoL/SP que já pediu várias audiências na Assembleia Legislativa sobre o tema antes mesmo da crise estourar, e Rafael Moya, advogado, consultor em políticas socioambientais e presidente do Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental de Campinas. A socióloga e ex-vereadora de Campinas, Marcela Moreira será a mediadora do debate. Foram convidados estudantes do ensino médio de várias escolas públicas e particulares de Campinas, bem como universitários. O encontro é aberto ao público.
Serviço:
DEBATE SOBRE A CRISE HÍDRICA
Entrada Gratuita
Dia: 17 de março
Horário: 19h
Local: Sindicato dos Químicos Unificados de Campinas e Região
Endereço: Avenida Barão de Itapura, 2022
FÓRUM SUSTENTABILIDADE HÍDRICA: PERGUNTAS, DESAFIOS E GOVERNANÇA
Dia: 17 e 18 de março de 2015
Horário: 9h às 17h
Local: Auditório do Centro de Convenções/Universidade Estadual de Campinas
Endereço: Rua Elis Regina, 139, Cidade Universitária, Campinas (SP)
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