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6.370 funcionários foram afastados em Campinas por Ler/Dort em 10 anos

As Lesões por Esforços Repetitivos (LER) ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) foram responsáveis pelo afastamento ou aposentadoria por invalidez de 6.370 pessoas de várias empresas e órgãos de Campinas entre 2000 e 2009, segundo dados da Previdência Social.

De acordo com o coordenador do Cerest Campinas (Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador), Alexandre Polli Beltrami, no total, a previdência concedeu 6.506 benefícios de espécie acidentária por doenças que se enquadram nas LER/DORT.

No Estado de São Paulo, somente em 2012, 5.574 benefícios foram concedidos pela Previdência Social por doenças ocupacionais, pelo menos 72% foram por CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) enquadráveis como LER/DORT.

LER/DORT é o termo utilizado para designar um conjunto de doenças que afetam músculos, nervos, tendões e ligamentos e ossos, em geral nos membros superiores, causados por trabalho onde a exigência de movimentos e esforços ultrapassa a capacidade natural de regeneração do corpo.

Em Campinas, dos trabalhadores afetados pelas doenças, 55% são homens e 44%, mulheres. Os transtornos dos tecidos moles, tais como tendinites, bursites, epicondilites e as dorsopatias (doenças na região das costas) constituíram 92% dos diagnósticos. Destes, aproximadamente 40% são trabalhadores do setor metalúrgico e os demais estão distribuídos nos setores de alimentação, teleatendimento, educação, saúde e prestação de serviços.

Beltrami ressalta que conhecer os riscos envolvidos na atividade que se desenvolve é o primeiro passo para a prevenção de doenças e acidentes de trabalho. As pessoas mais propícias a desenvolver tais agravos são as que realizam movimentos repetitivos, que tiveram sua rotina intensificada, que exercem suas atividades num ritmo rápido e/ou que trabalham em ambientes profissionais organizados com base em competição e medo.

“A dor pode ficar presente durante anos, até que apareça alguma alteração num exame complementar. Alguns pacientes passam por situações de descrédito; recebem atendimento de pessoas que não valorizam os quadros iniciais e deixam de agir quando o problema ainda pode ser tratado. Nas situações mais graves, o sofrimento do trabalhador, que poderia ter sido evitado, pode levá-lo à incapacidade permanente para o trabalho, com necessidade de tratamento de saúde constante, onerando a Previdência Social, o SUS e toda a sociedade”, diz.

O coodenador explica que, por outro lado, a avaliação adequada e o diagnóstico precoce aumentam as chances de cura e diminuem o risco da lesão se tornar grave. “Por isso é importante que tanto os trabalhadores quanto os profissionais de saúde estejam informados sobre os sintomas, prevenção e tratamento”, alerta Beltrami.

O Cerest atende hoje os casos mais complexos de LER, que são direcionados à unidade. Mas a porta de entrada para o diagnóstico e tratamento são os Centros de Saúde de município, onde o clínico geral ou o médico da família irão realizar a avaliação diagnóstica e instituir o tratamento inicial.

O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de Campinas está localizado na Av. Prefeito Faria Lima, nº 680, Parque Itália. Telefones (19) 3272-1292 / 3272-8025. (Carta Campinas com informações de divulgação)

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