De acordo com o coordenador do Cerest Campinas (Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador), Alexandre Polli Beltrami, no total, a previdência concedeu 6.506 benefícios de espécie acidentária por doenças que se enquadram nas LER/DORT.
No Estado de São Paulo, somente em 2012, 5.574 benefícios foram concedidos pela Previdência Social por doenças ocupacionais, pelo menos 72% foram por CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) enquadráveis como LER/DORT.
LER/DORT é o termo utilizado para designar um conjunto de doenças que afetam músculos, nervos, tendões e ligamentos e ossos, em geral nos membros superiores, causados por trabalho onde a exigência de movimentos e esforços ultrapassa a capacidade natural de regeneração do corpo.
Em Campinas, dos trabalhadores afetados pelas doenças, 55% são homens e 44%, mulheres. Os transtornos dos tecidos moles, tais como tendinites, bursites, epicondilites e as dorsopatias (doenças na região das costas) constituíram 92% dos diagnósticos. Destes, aproximadamente 40% são trabalhadores do setor metalúrgico e os demais estão distribuídos nos setores de alimentação, teleatendimento, educação, saúde e prestação de serviços.
Beltrami ressalta que conhecer os riscos envolvidos na atividade que se desenvolve é o primeiro passo para a prevenção de doenças e acidentes de trabalho. As pessoas mais propícias a desenvolver tais agravos são as que realizam movimentos repetitivos, que tiveram sua rotina intensificada, que exercem suas atividades num ritmo rápido e/ou que trabalham em ambientes profissionais organizados com base em competição e medo.
“A dor pode ficar presente durante anos, até que apareça alguma alteração num exame complementar. Alguns pacientes passam por situações de descrédito; recebem atendimento de pessoas que não valorizam os quadros iniciais e deixam de agir quando o problema ainda pode ser tratado. Nas situações mais graves, o sofrimento do trabalhador, que poderia ter sido evitado, pode levá-lo à incapacidade permanente para o trabalho, com necessidade de tratamento de saúde constante, onerando a Previdência Social, o SUS e toda a sociedade”, diz.
O coodenador explica que, por outro lado, a avaliação adequada e o diagnóstico precoce aumentam as chances de cura e diminuem o risco da lesão se tornar grave. “Por isso é importante que tanto os trabalhadores quanto os profissionais de saúde estejam informados sobre os sintomas, prevenção e tratamento”, alerta Beltrami.
O Cerest atende hoje os casos mais complexos de LER, que são direcionados à unidade. Mas a porta de entrada para o diagnóstico e tratamento são os Centros de Saúde de município, onde o clínico geral ou o médico da família irão realizar a avaliação diagnóstica e instituir o tratamento inicial.
O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de Campinas está localizado na Av. Prefeito Faria Lima, nº 680, Parque Itália. Telefones (19) 3272-1292 / 3272-8025. (Carta Campinas com informações de divulgação)