A Prefeitura de Valinhos, por meio da Secretaria de Saúde, determinou hoje, segundo publicação no site da Prefeitura, a instalação de uma sindicância para apurar as circunstâncias dos atendimentos médicos feitos a uma criança de 8 anos, que morreu no último dia 4 de fevereiro na Unicamp. A sindicância, que demorou 22 dias, já havia sido publicada no Diário Oficial no último dia 20. A suspeita é de possível erro médico ou negligência no atendimento.
A menina Maria Roberta de Jesus Siqueira passou por dois locais diferentes em Valinhos até chegar ao Hospital da Unicamp: UPA (Unidade de Pronto Atendimento) 24h, instituição administrada pela organização social Inase; e Santa Casa, hospital contratado pela Prefeitura para realizar cirurgias pelo SUS. Por último, a criança foi levada ao Hospital da Unicamp, onde veio a óbito.
A secretária de Saúde, Rita Longo, lamentou o ocorrido e disse que o resultado final da perícia do IML, que ainda não está concluído, vai determinar a causa da morte.
A mãe da menina, Leidiane foi ouvida pelos vereadores da Comissão de Higiene e Saúde na tarde de sábado (21/02). Segundo a mãe, a menina Maria Roberta chegou com fortes dores abdominais na UPA e, em um primeiro momento, foi diagnosticada com virose e recebeu receita médica. Como as dores persistiram, ele foi buscar atendimento na Santa Casa em outro dia, mas não conseguiu consulta com o médico. “A recepcionista me informou que eu teria que levar minha filha na UPA de novo para buscar o encaminhamento”, disse.
Como a menina não parava de reclamar de dor, Leidiana afirmou que pagaria pela consulta, se fosse necessário. Mas, de acordo com ela, a internação na Santa Casa foi negada por que seria “um procedimento caro”.
Sem outra alternativa, a mãe da menina relatou que foi até a UPA, recebeu atendimento, mas o quadro de saúde da filha piorou. Foi quando uma médica suspeitou que o caso poderia ser apendicite e solicitou transferência para a Santa Casa. Lá, a menina passou por cirurgia e depois foi transferida para Campinas, onde morreu horas depois, no último dia 4 de fevereiro.
O presidente da Comissão de Saúde, vereador Giba (PDT), considerou fortes as declarações da mãe e disse que ele e os demais vereadores vão cobrar explicações dos responsáveis. “Sem dúvida, o caso merece acompanhamento (…) Não há como negar que houve falha no sistema de saúde de nossa cidade”, discursou.
O vereador dr. Moysés Abujadi (PSD) ressaltou ser importante ter acesso ao laudo de necrópsia para esclarecer os fatos. Ele também destacou que a Santa Casa não pode negar atendimento a pacientes do SUS. “Ela não poderia ter sido mandada para a UPA, isso é omissão de socorro (…) Não é a primeira vez que isso acontece. A Santa Casa tem convênio com o SUS e não pode mandar paciente doente embora”, frisou. (Carta Campinas com informações de assessoria)