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Mercado ‘elegeu’ ministro da Fazenda, mas ficou sem o presidente da Petrobras

Economistas ouvidos pela Agência Brasil disseram que o ‘mercado’ (apostadores da bolsa de valores) ficou decepcionado com a escolha do presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, para presidência da Petrobras, em substituição a Graça Foster.

O chamado ‘mercado’ teve grande vitória com a nomeação de Joaquim Levy como ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff (PT), mas apesar da pressão sobre o governo federal, a escolha de Bendine soou como uma derrota.

Para o professor do Departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), José Márcio Camargo, “independentemente da competência dele”, a indicação mostra que a presidenta Dilma Rousseff  “quer manter o controle sobre a empresa”. Segundo Camargo, Bendine é uma pessoa muito ligada ao governo federal. “Foi uma indicação política, independentemente da capacidade dele (sic)”.

Camargo lembrou que, à frente do Banco do Brasil, Bendine manteve-se disposto a seguir a política econômica do governo, e não a atender as necessidades específicas da instituição. “Aumentou a oferta de crédito e diminuiu juros em momentos em que os bancos privados estavam fazendo exatamente o contrário.”

O professor ressaltou que, por isso, o mercado reagiu tão mal à indicação, que levou as ações da Petrobras a cair perto de 10% nesta tarde, na BM&FBovespa. Para Camargo, os agentes do mercado esperavam uma pessoa com perfil mais independente, “capaz de promover uma arrumação na situação confusa em que se encontra a empresa”.

O economista Maurício Canêdo, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), também destacou que a indicação de Bendine “não foi exatamente o que o mercado esperava”. Segundo Canêdo, a expectativa era que o escolhido fosse um executivo com mais experiência em empresas. “A queda da cotação das ações da Petrobras revela que o perfil da escolha é diferente do esperado.” Canedo ressaltou que, embora não ponha em dúvida a capacidade gerencial de Bendine, ele não era a pessoa mais esperada pelo mercado. O economista destacou ainda a ligação política de Bendine com o governo, o que, para ele, prejudica a independência que deveria ter para tomar as medidas necessárias neste momento de crise na empresa.  (Agência Brasil; edição Carta Campinas)

 

 

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