Quando vi, por acaso, o belíssimo documentário Neste chão tudo dá, ou sua versão reduzida, realizado por Felipe Pasini, Ilana Nina e Monica Soffiatti, fiquei impressionado não só com a simplicidade genial do vídeo, mas principalmente por não entender porque o Brasil, todo o Brasil, não conhece esse trabalho espantoso sobre solos ruins e degradados.
O documentário é de 2008. Sim, já são 7 anos. No Google não há notícias sobre Götsch na grande mídia brasileira, nunca foi convidado para o Roda Viva, óbvio…
Ernst Götsch, claro, com esse nome não é brasileiro de nascimento, mas suíço. Ele chegou ao Brasil em 1982 e desde 1984 vive em uma fazenda no sul da Bahia. Mas seu trabalho o faz um grande brasileiro desconhecido fora de sua área de atuação. Veja abaixo texto de Dayane Andrade e o documentário.
Uma grande fazenda já usa agrofloresta para produção em larga escala.
https://www.youtube.com/watch?v=dvv85bE_7HY
“O nome da Fazenda [de Ernst], como de costume na região, era uma crônica da realidade local: “Fazenda Fugidos da Terra Seca”. Aproximadamente 500 hectares de terra tornada improdutiva devido às práticas de: corte de madeira, repetidos ciclos de cultivo de mandioca nas encostas dos morros, criação de suínos nas baixadas e formação de pastagens por meio de fogo ao longo das margens da estrada que corta a fazenda. Ali continuaria o desenvolvimento obssessivo de seus experimentos em Sistemas Agroflorestais Sucessionais, alcançando alta produtividade em grande variedade de espécies vegetais, com destaque para o cacau e a banana. Além de alimentar sua família e dali tirar sua renda, a consequência de sua intervenção pôde ser empiricamente observada mais tarde. A Mata Atlântica ressurgia na área, com todas as suas características de flora e fauna. Hoje são cerca de 410 hectares de área reflorestada, dos quais 350 foram transformados em RPPN, além de 120 hectares de Reserva Legal. Cerca de 14 nascentes ressurgiram na fazenda que hoje, seguindo a tradição cronista, passou a chamar-se “Fazenda Olhos d’Água”.
Referência internacional em Sistemas Agroflorestais Sucessionais, Ernst Gotsch desenvolveu uma apurada técnica de plantio cujos princípios e práticas podem ser aplicados a diferentes ecossistemas. “Amazônia, Cerrado, Altiplano Boliviano, Caatinga, eu vi que todos esses lugares podem ser um paraíso quando bem trabalhados”. Com uma visão da agricultura que reconcilia o ser humano com o meio ambiente, Gotsch tem artigos publicados, mas nunca escreveu sobre o conjunto de suas observações, pois acredita que sua pesquisa não está acabada. E, mesmo sobre as conclusões a que já chegou, diz que “não há o que ser dito, pois é óbvio”, com a clareza daquilo que dá certo que, naturalmente, nos salta aos olhos”
Oi Glauco, seu texto expressa perfeitamente o sentimento que temos em relação ao Ernst e seu trabalho. Também não sabemos porque a mídia e a academia brasileira não dá a atenção que o Ersnt merece. Talvez sua filosofia e ações desprovidas de dogmas ou bandeiras e seu comportamento alheio às armadilhas do ego o tornem um personagem pouco atraente. Seguimos empenhados em produzir o http://www.agendagotsch.com com objetivo de garantir que sua obra seja referenciada e que atraia olhos com mais poder de divulgação. Agradeço sua iniciativa e fiquei emocionado com seu texto. Grande abraço.
Felipe,
Que bom que gostou. Parabéns pelo documentário e pelo site belíssimo. Quem sabe um dia o Brasil descubra Ernst e que não seja tarde demais.
Grande abraço
Glauco
Virei fã desde que vi o vídeo Life in Syntropy! Mandei até email pro Felipe e pra Dayani agradecendo por terem feito esse conhecimento todo chegar até mim e mudar a minha vida! Mais uma vez, obrigada!
Filho da Mãe Terra. E você aprendeu a AMAR NOSSA MÃE. Estou orgulhoso de você ser Meu Irmão.
Fiz o inverso do Mestre Ernst, sou brasileiro vivo na Suíça, adoro agroecologia e sou um fã do Mestre Ernst! Muito obrigado a todos da Agenda Götsch por documentar tamanho feitio e conhecimento prático do Ernst para as futuras gerações! Um abraço!
Obrigada Glauco pela sua contribuição a uma causa que hoje é apenas conhecida por ambientalistas e pessoal técnico da área agrária em partes, pois há pessoas que não “acreditam” que a agroecologia, seus princípios e técnicas não sejam viáveis. Obrigada por sua contribuição ao divulgar o trabalho do Ernest que é um grande nome, e com certeza irá abrir as portas para q a grande massa conheça também outros agroecologistas que atuam em nossa região Sudeste…
Isso mesmo Elaine. Esse debate parece proibido, mas é primordial. Obrigado pelo comentário. Abraços
Olá, sou Ermelino, parabenizo-lhe pelo belíssimo trabalho, apesar de nunca ter visitado sua fazenda, tive o privilégio de conhecer Ernst Götsch pessoalmente e é impressionante suas habilidades de reconhecer as interações existentes em cada localidades, além do mais é propositivo. Também tenho formação técnica formado dentro dessa filosofia. “Técnico Agroflorestal” Ministrado pela Escola da Floresta Roberval Cardoso, antiga escola agro técnica ou, colégio agrícola do Acre.
Graças por tanto trabalho!
Veja mais de Gotsch:
Parabéns, tive o privilégio de conhecer o mesmo em um curso em São Paulo, com sua simplicidade e amor a natureza transformou este local em um ambiente de vida, devemos seguir o seu exemplo.ABS
Eh de grande relevancia re aprender esse Legado que existió a 57 años eran assim que minha geracao de tíos e tías lindava com a Nae Natureza respetando o solo sua identidade propria a Biodiversidade e con seus devido platos !!!! Parabens eh bom saber qye vc tem um Comprometimento e partilhar do essas Trocas de Saberes.
O Belo Planeta Terra desse Belo Universo Sem Fronteiras agradecem! !! Sucesso! !!
Divulgar cada vez mais esta visão holística e de grande intensidade nas interações com o Meio Ambiente , que nos traz o Ernest , é, sem dúvidas,uma contribuição que todos deveríamos estar incentivando. Cada vez mais. Já sou conhecedor do trabalho do Ernest e que reconheço como uma grande contribuição para todos. Seus ensinamentos sobre Fisiologia vegetal são muito profundos e muito práticos. Parabéns ao grande mestre. João Flôres – Eng.º Agrônomo e AGROECOLOGISTA.
Que maravilha esse trabalho do Ernst!!!
Eu não conhecia, mas agora que fiquei conhecendo espero ter a oportunidade, de em breve, poder conhecer pessoalmente. Estou cursando agronomia e gosto muito da agroecologia. O meu curso tem ênfase em agroecologia. Após me formar, pretendo trabalhar com a agroecologia e difundi-la.
Caro Glauco Cortez,
Sou brasileira. moro na Califórnia há muito tempo. Estou no momento servindo de ponte, introduzindo pessoas que fazem trabalho de desenvolvimento sustentável no Brasil à organizadora de um simpósio global que irá acontecer no Rio em junho deste ano – sobre práticas sustentáveis. Quem me fez ciente desta matéria foi Edson Hiroshi Seo, em sua pagina do facebook.
Assim, pergunto: Há tradução para o inglês, dessa matéria? Dei uma procurada mas não achei…
Agradeço pelo seu maravilhoso trabalho de divulgação. Abraços ~ Laís
Olá Lais,
Os site da Agenda Gotsch tem material em inglês.
http://agendagotsch.com/
Abs
Bom dia, texto e documentário belíssimos. Sou engenheiro agrônomo e vejo no Ernst a realização de um sonho meu. A recuperação de solos degradados e a fixação do agricultor no campo (a reforma agrária que precisamos). Os depoimentos dos agricultores são carregados de valores intangíveis. E trazem felicidade e verdade para quem assiste. Parabéns.
Uau pretendo viver no campo depois de uma vida na cidade. E tudo que preciso saber.quem sabe nossa espécie crie juiso e para de prejudicar a naturez.Derubam floresta acabam com os rios e animais è ainda acham que são melhores do que as outras espécies.Tem dia que tenho vergonha de humana. Mas naverdade humanizamos com a vida é em todo animla da nossa espécie e humano.