A Grécia deu uma guinada na Europa, dando vitória ao partido de esquerda Syriza, que é contra as políticas de austeridade, tão reivindicadas pela mídia brasileira e de certa forma inicialmente aceita pelo segundo mandato de Dilma Rousseff (PT).
Com 75% de votos apurados, a estimativa é que o partido tenha 149 cadeiras no parlamento, faltando apenas duas para conseguir maioria absoluta. Nos últimos anos, afetada pela crise econômica e pela política de austeridade, a economia grega encolheu 25%, o desemprego chegou a 26% (sendo de 50% para os jovens) e milhares de gregos caíram para abaixo da linha da pobreza.
Na Grécia, durante todas as semanas pré-eleições, o ar esteve contagiado pela esperança e pelo desejo de mudança. As inúmeras pesquisas de intenção de votos mostravam uma liderança consistente do partido de esquerda Syriza, que a população grega considerava a melhor chance para reverter a tragédia social que se instalou no país após a adoção da política de austeridade econômica. E foi exatamente isso que aconteceu: uma verdadeira lavada: até o momento, contabiliza-se pelo menos 10 pontos de diferença entre o Syriza e o segundo colocado Nova Democracia (ND), o partido do atual primeiro-ministro Antonis Samaras, que reconheceu a derrota e já ligou para Alexis Tsipras, o líder do Syriza para congratulá-lo pela vitória.
“Esta é uma vitória histórica para o povo grego, que votou esmagadoramente contra a austeridade, o envio de um sinal forte para a Europa, que pode ser um trampolim para a mudança. O Syriza compromete-se a um governo voltado ao social, para implementar o programa de Salónica e negociar na Europa”, dizia uma declaração do partido. Pouco antes, a conta do perfil do partido no Twitter, havia postado a mensagem “A esperança venceu”.
A única dúvida que resta, enquanto os votos ainda são contabilizados é se o Syriza conquistará a maioria dos assentos no Parlamento grego. Para isso, ele precisa conseguir mais de 35% dos votos, assegurando assim mais de 150 assentos – o que dará ao partido a possibilidade de governar o país sozinho, sem ter que se aliar com partidos menores. (Carta Campinas com informações de agências e revista Fórum)