Após negar racionamento durante o ano de 2014 e garantir que não iria faltar água, o governador Geraldo Alckmin pode tomar uma medida radical. O diretor metropolitano da Companhia Estadual de Saneamento Básico (Sabesp), Paulo Massato Yoshimoto, alertou hoje (27) que a empresa poderá adotar o sistema de rodízio de cinco dias por semana sem água, caso não aumente o volume de chuvas no Sistema Cantareira.
A afirmação foi feita durante visita a Suzano, ao lado do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin.“Se as chuvas insistirem em não cair teremos de fazer um rodízio muito pesado para ter uma economia necessária e não deixar que o nível continue caindo como está”, disse.
Veja mais: Prefeito do PSDB prova que governo Alckmin foi irresponsável com a água
Massato afirmou que a engenharia da Sabesp está atenta: havia um planejamento feito em dezembro de 2013 para aguardar as chuvas do verão. Estas não aconteceram. Mesmo assim, o uso planejado evitou que a água acabasse no ano passado. “Nós nos preparamos para passar o outono e o inveno. Esperávamos que a partir de outubro, na primavera, ocorressem as precipitações mínimas históricas. Só que o ano hidrológico 2014-2015 está sendo mais crítico do que o anterior”.
Sobre a disponibilização de uma lista com horários e locais que apresentem diminuição da pressão na rede de abastecimento no site da empresa a partir da semana passada, Massato explicou que a manobra, que provoca falta de água em diferentes regiões da cidade – feita somente de madrugada -, passou a ser informada durante o dia. “Passamos a informar desde o momento em que a medida passou a ser adotada também à tarde. Está atingindo toda a região metropolitana de São Paulo. Se os órgãos reguladores chegarem à conclusão de que temos que retirar menos água do que estamos retirando teremos que adotar o rodízio”.
O governo do Estado entregou hoje a ampliação da transferência de água do córrego Guaratuba para o Sistema Alto Tietê. A obra foi executada em pouco mais de dois meses pela Sabesp e vai permitir o aumento do volume de água armazenado nesse sistema. O Alto Tietê abastece parte da zona leste e os municípios de Arujá, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Poá e Suzano, além de parte de Mauá, Mogi das Cruzes e Santo André. O córrego nasce na Serra do Mar e deságua em Bertioga, no litoral paulista. Atualmente são transferidos para a região metropolitana 500 litros por segundo e – com a obra – esse volume dobrará. A obra começou em 5 de novembro e foram investidos R$ 8 milhões.(Agência Brasil; edição Carta Campinas)