“As chuvas estão abaixo e, na maior parte do estado, muito irregulares. Algumas regiões estão tendo chuvas expressivas, em forma de tempestades. Essa é uma característica em relação ao ano passado, tem ocorrido temporais de fim de tarde”, esclarece o meteorologista do Inmet Marcelo Schneider.
No Sistema Guarapiranga, localizado na zona sul da capital paulista, a tempestade de ontem (12) foi significativa. A precipitação do dia chegou a 52 milímetros, o que ajudou a elevar o nível da represa de 39,2% para 39,8%. No mês, a pluviometria acumulada é 128,4 milímetros, volume dentro da média, pois o esperado para janeiro é 229,3 milímetros.
Com a falta de regularidade nas chuvas, porém, a precipitação na região do Sistema Cantareira, o principal no abastecimento de São Paulo, tem sido insuficiente. “Se for comparar, as últimas chuvas pegaram mais a região sul que a norte. No nordeste do estado e sul de Minas Gerais, onde fica o Cantareira, as chuvas estão abaixo do normal”, disse Schneider.
Mesmo com a tempestade que deixou ontem milhares de residências sem energia elétrica e fez com que dois córregos transbordassem na zona sul, não choveu no Cantareira, que abastece São Paulo e região de Campinas. O nível desse manancial caiu de 6,5% para 6,4%. No acumulado, a precipitação está abaixo do esperado, pois choveu 49,2 milímetros desde o começo de janeiro e a média histórica chega a 271,1 milímetros.
Para que as chuvas ocorram de forma generalizada, é preciso que uma frente fria ou o canal de umidade da Amazônia chegue a São Paulo, explica o meteorologista do Inmet. A previsão é que, na próxima semana, a precipitação ganhe menos característica de temporais e fique mais consistente. “Não esfria, mas o calor será menos intenso e terá mais umidade”, disse.
No fim da tarde de hoje, um temporal deve atingir as regiões central e norte da capital paulista. No estado, a precipitação se concentra na região central. As tempestades deverão vir acompanhadas de granizo e rajadas de vento, alerta Schneider. (Agência Brasil)