O senador eleito por São Paulo, José Serra (PSDB), afirmou que incluiu Campinas no trem-bala para boicotar o projeto do trem de alta velocidade que ligaria São Paulo ao Rio de Janeiro. Serra fez a alteração quando era governador de São Paulo.
Ele disse ainda que o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, de quem era próximo, concordou com sua análise e ajudou a atrasar o andamento da proposta. “Enfiei Campinas logo que veio o projeto. Para quê? Para complicar, verdade, para ganhar tempo. Peguei o Luciano Coutinho, que é o presidente do BNDES, foi meu colega, um sujeito informado, e falei ‘você não vai entrar nessa loucura de trem bala, né?’. Então eu vou propor que o BNDES faça um estudo e você demora. E ele fez mesmo, demorou para burro, sabe? Para ganhar tempo”, disse Serra.
Se for verdade a afirmação e Serra, Luciano Coutinho, que pertence à “escola da Unicamp” se consagra como um verdeiro fogo amigo dentro do Governo e, pior, um descalabro para a economia do país nos anos em que passou no BNDES.
Durante a presidência de Coutinho no BNDES, o banco promoveu a concentração de riqueza, financiando fusão de empresas como a espetacular multinacional da carne, a Friboi, que transformou a carne num monopólio que hoje pressiona a inflação do próprio governo Dilma Rousseff.
Em vez de dar um choque de capitalismo no financiamento para empresas, que é a real função do banco público, ou seja, promover a competição ao emprestar dinheiro de baixo custo para pequenas e médias empresas, Coutinho deu um choque de oligarquismo. E isso também boicotou o governo de Dilma Rousseff. Veja matéria sobre inflação de novembro:
Com alta de 3,46%, carnes pressionam inflação
A carne teve alta de preço de 3,46% em novembro e, pelo terceiro mês consecutivo, foi o produto que mais pressionou a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo a coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos, o preço das carnes subiu ao longo de, praticamente, todo o ano de 2014.
Segundo ela, os principais motivos para a variação do preço foram a seca e os embates comerciais entre a Rússia e os Estados Unidos, que favorecem a exportação das carnes brasileiras. “No ano, a carne já aumentou 17%. A seca prejudica os pastos e faz com que o pecuarista compre mais ração, o que aumenta o custo. E as exportações do Brasil têm aumentado, principalmente para a Rússia, que deixou de comprar dos EUA para comprar do Brasil”, disse Eulina.
Outro alimento que teve impacto importante no IPCA de novembro foi a batata-doce, com alta de 38,17%, a maior taxa entre os alimentos pesquisados pelo IBGE no mês.
O custo dos combustíveis e da energia também pesou no bolso do brasileiro. Ao ser reajustada no início de novembro, a gasolina ficou 1,99% mais cara para o consumidor. A energia elétrica teve alta de 1,67% devido ao aumento de impostos e ao reajuste de tarifas em algumas regiões metropolitanas.
O IPCA ficou em 0,51% em novembro. No ano, a inflação oficial acumula taxa de 5,58% e, em 12 meses, 6,56%, acima do teto da meta de inflação estipulada pelo governo federal, que é 6,5%. Para que o IPCA feche o ano dentro da meta, dezembro terá que registrar inflação de, no máximo, 0,86%.
“O que temos visto ao longo dos últimos meses é que a taxa está girando em torno de 6,5%. Em poucos meses neste ano, a taxa ficou abaixo desse número”, disse Eulina. (Agência Brasil)