A celebração foi oficializada pela juíza de paz Aline Carolina da Silva Priego. O evento foi promovido pelo Centro de Referência LGBT (CR LGBT), da Prefeitura de Campinas. Essa é a segunda edição do casamento homoafetivo coletivo no município e tem o objetivo de garantir a igualdade de direitos entre as pessoas, sem distinção de sua orientação sexual.
De acordo com a coordenadora do Centro de Referência, Valdirene dos Santos, a grande importância de promover o casamento é igualar direitos. “Queremos que essas pessoas entendam que podem, que esse é um sonho possível e que, desde março do ano passado, qualquer cartório pode fazer o casamento”, lembrou.
A coordenadora ressaltou ainda que para a comunidade LGBT a realização de um casamento de pessoas do mesmo sexo é um avanço duramente conquistado. “Quando a gente pensa em fazer um casamento coletivo é para dar mais segurança a esses casais que, tendo o apoio da Prefeitura sentem realmente que podem”, argumentou.
O casamento de pessoas do mesmo sexo se tornou possível no Estado de São Paulo, em março de 2013, a partir da decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) ao regulamentar as normas internas que regem os cartórios de registro civil, equiparando, para todos os efeitos legais, o casamento homo e heterossexual.
Apoio do Centro de Referência
Para os casais que oficializaram a união, o apoio recebido da equipe do Centro de Referência LGBT está no encaminhamento dos documentos necessários e no apoio psicológico que vai além da questão do casamento, mas envolve o acompanhamento de questões cotidianas.
“O Centro de Referência nos ajuda muito, sempre, e na realização do casamento fez de tudo para garantir nossos direitos”, disse a travesti Paola Ramos, que se casou com Vagner Peres Fernandes e, a partir desta tarde, assume o sobrenome do marido passando a assinar Paola da Silva Fernandes.
Emocionado, o casal Elival Pereira de Jesus Jr. e Adailton da Silva Germano, planejava oficializar a união há algum tempo e o casamento coletivo foi a realização de um sonho. “Não tenho palavras para descrever a emoção desse momento“, disse Elival.
Eles conheceram o Centro de Referência a partir de uma notícia no jornal sobre o do casamento coletivo. “Nós procuramos o serviço e recebemos todas as orientações, gostamos tanto do acolhimento que vamos frequentar as atividades”, completou Adailton.
Para Adriana Campos e Regina Maria dos Santos, o envolvimento do CR LGBT é muito importe porque eles nos encaminham e orientam em várias situações. “O apoio do CR é fundamental e ultrapassa esse momento de festa. É é um ponto muito forte tanto para quem quer se casar como para aqueles que estão se assumindo porque eles contribuem muito conosco principalmente no apoio psicológico porque ainda existe muito preconceito para lutarmos contra”, falou Adriana.
Implantado em 31 de julho de 2003, O CR LGBT é o primeiro serviço público do país criado para salvaguardar os direitos fundamentais e sociais de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, também com a função de formular, elaborar, gerenciar e acompanhar o desenvolvimento de políticas públicas municipais que contribuam para autonomia dos campineiros cuja orientação sexual difere da heterossexualidade. (Carta Campinas com informações de divulgação)