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Empresa envolvida em superfaturamento ganha licitação com preço 54% mais caro

Um pregão, modelo de licitação, feito em Campinas para a compra de frango para a merenda escolar, classificou a empresa que ficou em sétimo lugar, com preço 54.49% mais caro que as seis primeiras colocadas, que foram desclassificadas.

O pregão suspeito chamou a atenção do vereador Pedro Tourinho (PT), que protocolou um requerimento, nesta segunda-feira (03/11), pedindo informações o pregão número 164/2014.

O pregão foi vencido por uma empresa que cobrou R$ 10, mas foi contratado por R$ 15,49 (54,9% acima) pela empresa Iotti Griffe da Carne Ltda, que já foi investigada em outra ocasião na RMC (Região Metropolitana de Campinas) por um problema na mesma área.

O vereador quer explicações sobre a desclassificação de seis empresas e o pagamento de até 85,9% a mais no valor do frango vendido no varejo.

Na licitação, oito empresas participaram do pregão eletrônico. A menor oferta foi de R$ 10. A Iotti apresentou um lance e não se posicionou novamente durante todo o pregão. Ao final, as seis empresas do concorrência foram desclassificadas e a Iotti ficou em 7o lugar.

No Atacadão Assaí, o vereador encontrou o mesmo produto por R$ 9,56 o quilo – a prefeitura, neste caso, pagou 62% a mais. No site Pif Paf Alimentos, o produto sai por R$ 8,33 o quilo, aumentando a compra da prefeitura em 85,9%.

“Fiquei curioso e fui atrás de valores do mercado. Pesquisei na internet e fomos também em lojas, e descobrimos esses valores bem diferentes. Outro fator é que se trata de uma compra de 145 toneladas, cerca de 12 por mês. Esta história do frango é a galinha dos ovos de ouro para alguns. Já ocorreu em outra cidades, e é um escândalo deixar acontecer em Campinas”, explicou o parlamentar.

A homologação foi publicada no dia 28/10, no Diário Oficial. No item 1 (Frango cozido), a BRF, no valor de R$ 2,7 milhões (18,90/unidade). No item 2 peito de frango cru, em cubos, congelado, ganhou a Iotti Griffe. Valor unitário R$ 15,49, no total: R$ 2,25 milhões.

INVESTIGAÇÃO
Em Vinhedo, em outubro de 2013, o promotor Rogério Sanches instaurou processo para investigar irregularidade na compra de merenda escolar. Os contratos com o setor chegavam a R$ 3 milhões com a empresa Cecapa Distribuidora e Alimentos Ltda, que tem o mesmo proprietário da Iotti Griffe da Carne Ltda.

Na cidade, o processo se deu porque a administração pagou R$ 20,25 o quilo do frango, quando o preço de mercado era de uma média, na época, de R$ 7,50. Já o custo da carne vermelha foi de R$ 26. O preço de mercado é de R$ 12.

O outro caso ocorreu na mesma época, em Valinhos, mas com a Iotti Griffe da Carne Ltda. A prefeitura pagou elo quilo do peito de frango utilizado na merenda escolar: R$ 23,64. Uma matéria da Band, na época, mostrou que em um mercado da cidade o quilo da carne branca é R$ 10,89. As cidades foram investigadas por superfaturamento, direcionamento e carteirização na transação comercial.(Carta Campinas com informações de divulgação)

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