10649599_831517823577642_1698608457677267880_nNos próximos dias, o Museu da Imagem e do Som (MIS), de Campinas, exibirá uma série de filmes gratuitamente como parte dos diferentes ciclos que acontecem no museu.

Nesta quinta-feira, 13, será exibido às 19h30 o filme “Morrer como um homem”, de João Pedro Rodrigues, como parte do ciclo Diversidade Sexual, que tem curadoria do Cineclube Purpurina. Tonia, transexual veterana de Lisboa, vê seu mundo desmoronar. Seu posto de estrela na boate onde se apresenta é ameaçado por uma drag queen mais jovem, e seu namorado tenta convencê-la a fazer a cirurgia de mudança de sexo, que ela sempre negou por crenças religiosas. Para piorar, o filho que ela abandonou deserta o exército para procurá-la. Ao descobrir que seu corpo está doente devido a hormônios e silicone, Tonia decide viajar para o interior na companhia do namorado. Lá, acabam se perdendo, e vão parar em meio a uma floresta mágica, onde conhecem a enigmática Maria Bakker, que vai revelar a Tonia o sentido da vida e o segredo das transfigurações.

Na sexta-feira, 14 de novembro, às 19h, como parte do ciclo Diversidade Cultural – outras linguagens, outros olhares que tem curadoria de Adriano de Jesus, será exibido o filme “Preenchendo o vazio”, de Rama Burshtein. O filme traz a história de Shira, uma jovem de 18 anos que vive em Tel Aviv, numa família hassídica e está prestes a se casar. Entretanto, com a morte de sua irmã mais velha por complicações no parto e a possibilidade do viúvo levar a criança para longe, a família decide cancelar seu casamento e arranjar um matrimônio entre ela e o cunhado.

No sábado, 15 de novembro, a sessão é dupla. Às 16h, como parte do ciclo Aula de Cinema, que tem curadoria do jornalista e crítico de cinema Ricardo Pereira, será exibido o filme “Paris, Texas”, do cineasta alemão Win Wenders. Nascido em Dusseldorf, Wim Wenders (1945) trabalhou como crítico antes de fazer seu primeiro filme, “Verão na Cidade” (1970). Seu trabalho é questionador, vigoroso e ambivalente, com imagens repetitivas e melancólicas. Seus protagonistas são alienados do mundo em que vivem e meditam silenciosamente à procura da identidade. Em “O Medo do Goleiro Diante do Pênalti” (1971) um goleiro abandona um jogo de futebol e parte para tal busca, enquanto em “Alice nas Cidades” (1974) um fotógrafo inquieto segue o mesmo exemplo, ajudado por uma menina que dá ao filme um charme inesperado. Sua ambivalência com relação aos EUA (ele se queixa da forma como este país colonizou a Alemanha, mas adora sua cultura), exerce um papel fundamental em filmes como “No Decurso do Tempo” (1976), “O Amigo Americano” (1977), uma ferina homenagem ao cinema noir, e o labirinto desfocado de “Hammett” (1983). “Paris, Texas” (1984), seu filme de maior sucesso até o momento, e “Asas do Desejo” (1987), sua volta à Berlim, estão repletos de significados ocultos.

Em “Paris, Texas”, um homem é encontrado exausto e sem memória, em um deserto ao sul dos EUA. Aos poucos ele vai se recordando de sua vida, sendo acolhido pelo irmão Walt, que é casado com Anne. Com eles vive também Hunter, filho do homem sem memória, que aos poucos volta a se identificar com o pai. Palma de Ouro em Cannes. Com Nastassja Kinski, Harry Dean Stanton, Dean Stockwell, Aurore Clément e Bernard Wicki. Roteiro de Sam Shepard. Música de Ry Cooder. Alemanha/EUA, 1984. Colorido, 147 min.

Ainda no sábado, às 19h30, o público poderá assistir ao filme “Casamento Silencioso”, de Horatiu Malaele, como parte do ciclo Diversidade Cultural – outras linguagens, outros olhares. Na Romênia de 1953, numa pequena aldeia, finalmente Iancu decide casar-se com Mara, terminando assim com a briga entre suas famílias, por conta de um namoro escandaloso. Bem no dia da festa, o casamento é interrompido pelo anúncio da morte de Joseph Stalin e qualquer comemoração é proibida, o que traz uma semana de luto nacional. Mas, a família da noiva decide dar um jeitinho e os noivos seguem em frente com a festa.

As exibições são seguidas de debate. (Carta Campinas com informações de divulgação)