A Secretaria de Saúde do Amazonas suspendeu a vacinação contra o sarampo em todo o estado depois que a capital, Manaus, registrou quatro casos de reação à dose. Em Campinas, está mantido o calendário de vacinação. A imunização começou no último dia 8 e deveria ser mantida até o dia 28 de novembro.
De acordo com o presidente da Fundação de Vigilância em Saúde, Bernardino Albuquerque, quatro crianças tiveram reação alérgica após terem sido vacinadas – três delas apresentaram reação anafilática logo depois da aplicação e uma delas apresentou hipersensibilidade à dose com ocorrência tardia.
“Estamos aguardando o posicionamento do Ministério da Saúde. Até onde sabemos, isso não ocorreu só aqui no estado do Amazonas. Em outros estados isso também vem ocorrendo. Por medida de precaução, as secretarias de Saúde do estado e do município resolveram interromper a campanha até que sejam esclarecidos os fatos”, destacou Albuquerque.
A vacina utilizada na campanha é a tríplice viral que, além de proteger contra o sarampo, imuniza também contra caxumba e rubéola. A faixa etária indicada para receber a dose inclui crianças de 1 a 5 anos incompletos.
Vacina contra sarampo não deve ser aplicada em criança com alergia ao leite
O Ministério da Saúde alerta as secretarias estaduais e municipais de Saúde que evitem aplicar a vacina tríplice viral, que protege contra o sarampo, a rubéola e a caxumba, em crianças com histórico de alergia à proteína do leite de vaca (APVL). A restrição, segundo a pasta, vale apenas para doses fornecidas pelo laboratório Serum Institutte of India Ltd.
“A informação é preventiva, pois foram notificados alguns casos de reações adversas em crianças que têm alergia ao leite de vaca. Vale ressaltar que todas as crianças passam bem”, garante o ministério, por meio de nota. Crianças com intolerância à lactose do leite podem receber a vacina normalmente.
O comunicado destaca que o laboratório é pré-qualificado pela Organização Mundial da Saúde e fornece, há anos, doses para vários países, inclusive para o Brasil. Todos os lotes da vacina tríplice viral aplicadas no país, segundo o governo, passaram por análise no Instituto de Qualidade em Saúde e foram aprovadas para uso.
“Desde junho deste ano, mais de 4,4 milhões de crianças foram vacinadas com essa tríplice viral no país, e há garantia da segurança da vacina”, destacou a pasta. Entretanto, de acordo com a nota, durante análise da composição da vacina do Serum Institutte foi verificada a presença de lactoalbumina hidrolisada.
Diz a nota: Embora não exista na bula nenhuma contraindicação do seu uso em pessoas que apresentam alergia ao leite de vaca, como medida de precaução, o Ministério da Saúde enviou a todas as secretarias estaduais de Saúde informe técnico recomendando que crianças com histórico de alergia ao leite de vaca não sejam vacinadas com a tríplice viral. Nestas crianças, a vacinação deverá ocorrer em uma data posterior. (Agência Brasil)
Campinas
A prefeitura de Campinas divulgou comunicado que a Campanha Nacional de Vacinação contra a poliomielite e o sarampo continua até 28 de novembro. No próximo sábado, 22 de novembro, segundo “Dia D”, os centros de saúde estarão abertos para aplicar a vacina . A campanha, que acontece em todo o País, é voltada para crianças até cinco anos de idade e a estratégia é atingir pelo menos 95% do público-alvo, constituído por mais de 60 mil crianças.
Desde o último dia 8, as doses estão disponíveis nos 64 Centros de Saúde do município. Até 13 de novembro foram aplicadas 19.961 doses contra o sarampo (37,8%) e 22.069 contra a pólio (36,6%).
A ‘Campanha de Seguimento contra o Sarampo’ tem como público-alvo crianças com idade entre 1 e 4 anos, 11 meses e 29 dias. A meta é vacinar 50.124, ou seja, 95% dos 52.763 moradores de Campinas nessa faixa etária. A ‘Campanha de Seguimento’ é realizada em um intervalo de dois a quatro anos. Todas as crianças devem tomar a vacina, independentemente do número de doses recebidas anteriormente.
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2013, 145,7 mil pessoas morreram em decorrência do sarampo em todo o mundo. Em 2012, foram registradas 122 mil mortes. “Esses dados reforçam ainda mais a necessidade da vacinação”, comenta a coordenadora do Programa de Imunização de Campinas, Maria Alice Satto.
Entre 1º de janeiro e 25 de outubro foram confirmados 1.654 casos de sarampo nas Américas. O Brasil não registra caso autóctone (contraído no próprio país) da doença desde 2000. Até 29 de outubro, foram 538 confirmações, sendo 503 nos estados do Ceará, 27 em Pernambuco, sete em São Paulo (nenhum em Campinas) e dois no Rio de Janeiro.
A vacinação contra o sarampo será adiada caso a criança esteja com febre ou tenha recebido imunoglobulina, sangue e derivados, pois essas situações podem comprometer a imunização.
Os sintomas do sarampo são febre, conjuntivite, tosse, coriza e manchas avermelhadas.
Pólio
A vacina contra a pólio é destinada a crianças com idades entre 6 meses e 4 anos, 11 meses e 29 dias. Em Campinas, a meta é vacinar 95% das 60.327 pessoas nesta faixa etária, o que corresponde a 57.310 crianças.
No Brasil, o último caso de poliomielite foi registrado em 1989, na região Nordeste. No Estado de São Paulo, o último caso foi confirmado em 1988, no município de Teodoro Sampaio.
O continente americano recebeu o certificado de erradicação da doença em 1994. No entanto, ainda há dez países onde a pólio não foi erradicada. “As pessoas transitam e, se não tivermos as medidas de Vigilância Epidemiológica adequadas, corremos o risco de uma reintrodução da doença. Por isso, é importante que as crianças recebam a vacina e, dessa forma, a erradicação da pólio seja mantida ”, explica a coordenadora do Programa de Imunização de Campinas.
Contraindicações
As duas vacinas são contraindicadas para crianças que tiveram reação anafilática em dose anterior, que estejam passando por tratamento com corticoide em dose elevada, que tenham câncer ou imunodeficiência congênita ou adquirida.
Informações sobre os postos de vacinação podem ser obtidas no site da Secretaria de Saúde (http://2009.campinas.sp.gov.br/saude/ ) ou por meio dos telefones 156 e 160 (Disque Saúde).