Um grupo de vereadores de Campinas, integrantes da Comissão Especial de Estudos sobre o transporte público, fez novamente uma experiência para saber o que é ser povo no transporte público da cidade. E novamente constataram o que toda a população sabe: transporte ruim e lotado.
A comissão de vereadores constatou hoje de manhã ônibus lotados com pessoas em pé e apertadas para um trecho que inclui no trajeto a Avenida John Boyd Dunlop com engarrafamento nos horários de pico e lentidão no trânsito.
Uma rotina para quem mora nos bairros Residencial Cosmos, Residencial Sirius e proximidades, na região Noroeste. O alvo principal da diligência foi a linha 2.24 – Residencial Sirius/Terminal Central via Residencial Cosmos, uma das mais criticadas pelos usuários nas reclamações encaminhadas aos gabinetes dos parlamentares.
Os integrantes da comissão chegaram às 7h30 na Rua Bento Rodrigues Coelho, um dos “pontos finais” da linha, e ouviram uma série de reclamações da população. “A verdade é que nós sequer sabemos qual é o ponto final da linha. Ninguém sabe direito, depende do motorista. O certo é que os ônibus já chegam aqui lotados e saem mais lotados ainda”, afirmou a comerciária Kátia Ventura Rozendo, em pé numa longa fila.
“Aqui não tem ônibus, tem lata de sardinha”, criticou um senhor. No ponto, com cobertura de concreto, não há sequer banco para as pessoas sentarem. Muitos improvisam com blocos de construção para suportarem a espera. A maioria fica ao sol.
A linha 2.24 é a 209ª do transporte público coletivo municipal (Sistema InterCamp) e foi criada em abril último, após a entrega de mais unidades do Programa Minha Casa Minha Vida, base das residências da região.
Segundo denúncias da população, os ônibus raramente param para gestante, mães com crianças e cadeirantes. Durante a diligência da comissão, um veículo da 2.24 (com o número 2009) não parou para pessoas que estavam num ponto do Jardim Garcia. Na Avenida John Boyd Dunlop ele passou direto, pelo lado esquerdo da pista, apesar do aceno de diversos usuários.
“Ouvimos de um morador que há dez carros na linha, com tempo de intervalo médio de 20 minutos, mas esses lotam rapidamente, já na saída, e o número de pessoas em pé é enorme. Na volta, à tarde, no Terminal Central, o problema é ainda maior”, afirmou o vereador Tico Costa (SDD), presidente da comissão de estudos, que liderou a diligência da qual participaram também os outros integrantes – Jorge Schneider (PTB), Carlinhos Camelô (PT) e Professor Alberto (PR). (Carta Campinas com informações de divulgação)