Em artigo publicado no site Brasil Debate, o economista Eduardo Fagnani, que é professor do Instituto de Economia da Unicamp, pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e do Trabalho (CESIT) e coordenador da rede Plataforma Política Social, diz que o remédio já divulgado por Aécio Neves (PSDB) para o Brasil será catastrófico para a economia do país.
Para ele, o conhecido “culto da austeridade” penalizou o Brasil nos anos 90 e a Europa sofre deste problema desde 2008. Fagnani também ressalta que redução da inflação, ajuste fiscal e abertura comercial entre outros recursos da receita liberal amentarão as desigualdades sociais e o desemprego.
O professor também relembra a herança de Armínio Fraga, economista cultuado pelo PSDB e que deverá ser o ministro de Aécio Neves: “É bom lembrar aos mais jovens que Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central no segundo mandato de FHC, deixou o Brasil (2002) com inflação quase três vezes acima da meta (12,5%), juros Selic superiores a 23% ao ano, dívida líquida quase duas vezes maior que a atual (em proporção do PIB), vulnerabilidade externa preocupante (reservas cambiais equivalentes a cerca de 10% do patamar de 2014) e taxa de desemprego mais que o dobro da vigente”, anota.
Veja abaixo o artigo:
Retrocesso conservador, Estado Mínimo e “desinformados”
A volta do Estado Mínimo é apenas um dos retrocessos previsíveis no projeto neoliberal e anti-desenvolvimentista de Aécio Neves. Não há nada mais velho e antissocial do que o enganoso “culto da austeridade”, remédio clássico seguido no Brasil dos anos de 1990 e aplicado na Europa desde 2008 com resultados catastróficos.
Política econômica e política social são faces da mesma moeda. Não há como conciliar política econômica que concentre a renda e política social que promova a inclusão social.
O projeto de Aécio Neves é neoliberal, anti-desenvolvimentista e antissocial. Armínio Fraga (ministro da Fazenda de um eventual governo do PSDB) partilha da visão de que “a atual meta de inflação é muito alta”.
Prega a redução gradativa da meta atual (4,5% ao ano), Banco Central independente, gestão ortodoxa do “tripé macroeconômico”, forte ajuste fiscal, desregulação econômica, abertura comercial e câmbio flutuante. Essa opção aprofundará as desigualdades sociais.
A redução da meta de inflação requer juros elevados (no governo FHC, atingiu mais de 40% ao ano). A primeira consequência é a recessão econômica, afetando a geração de emprego e a ampliação da renda do trabalho – a mais efetiva das políticas de inclusão social e redução da desigualdade.
O ajuste recessivo implícito ampliará o desemprego e inviabilizará o processo em curso de valorização gradual do salário mínimo, reduzindo a renda dos indivíduos, o que realimentará ciclo perverso da recessão.
A segunda consequência da alta dos juros é a explosão da dívida pública (como ocorreu nos anos de 1990, quando passou de 30% para 60% do PIB em apenas oito anos). Os gastos para pagar parte dos juros poderão retornar para patamares obscenos (chegou a 9% do PIB nos anos de 1990), exigindo ampliação do superávit primário, o que restringirá o gasto social, agravando o ajuste recessivo.
Essa receita clássica é incompatível com políticas sociais universais que garantam direitos de cidadania, cujo patamar de gastos limita o ajuste fiscal. Promessas de campanha não serão cumpridas e novas rodadas de reformas para suprimir esses direitos voltarão para o centro do debate. A única “política social” possível é a focalização nos “mais pobres”, cerne do Estado Mínimo.
Para essa corrente, o “desenvolvimento social” prescinde da geração de emprego, renda do trabalho, valorização do salário mínimo e políticas sociais universais. Sequer o crescimento da economia é necessário. Apenas políticas focalizadas são suficientes para alcançar o “bem-estar” social.
Essa suposta opção pelos pobres escamoteia o que, de fato, está por trás de objetivos tão nobres: políticas dessa natureza são funcionais para o ajuste macroeconômico ortodoxo. As almas caridosas do mercado reservam 0,5% do PIB para a promoção do “bem-estar”.
Para os adeptos do Estado Mínimo, ao Estado cabe somente cuidar da educação básica (“igualdade de oportunidades”) da população que se encontra “abaixo da linha de pobreza”, arbitrada pelos donos da riqueza. Os que “saíram da pobreza” devem buscar no mercado privado a provisão de bens e serviços de que necessitam.
Essa “estratégia única” abre as portas para a privatização e mercantilização dos serviços sociais. Não causa surpresa que um conhecido economista do PSDB defenda que a universidade pública deve ser paga.
A volta do Estado Mínimo é apenas um dos retrocessos facilmente previsíveis. Não há nada mais velho e antissocial do que o enganoso “culto da austeridade”, remédio clássico seguido no Brasil dos anos de 1990 e que está sendo aplicado na Europa desde 2008 com resultados catastróficos (na opinião de Paul Krugman, crítico insuspeito).
Tem razão o economista Ha-Joon Chang (Cambridge University) quando afirma que a “a crise financeira global de 2008 tem sido um lembrete brutal que não podemos deixar a nossa economia para economistas profissionais e outros tecnocratas.”
É bom lembrar aos mais jovens que Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central no segundo mandato de FHC, deixou o Brasil (2002) com inflação quase três vezes acima da meta (12,5%), juros Selic superiores a 23% ao ano, dívida líquida quase duas vezes maior que a atual (em proporção do PIB), vulnerabilidade externa preocupante (reservas cambiais equivalentes a cerca de 10% do patamar de 2014) e taxa de desemprego mais que o dobro da vigente.
Na primeira década do século 21, o Brasil logrou importantes progressos sociais. Os fatores determinantes para alcançar aqueles progressos foram o crescimento da economia e a melhor conjugação entre objetivos econômicos e sociais.
Após mais de duas décadas, o crescimento voltou a ter espaço na agenda macroeconômica, com consequências na impulsão do gasto social e do mercado de trabalho, bem como na potencialização dos efeitos redistributivos da Seguridade Social fruto da Constituição de 1988.
Essa melhor articulação de políticas econômicas e sociais contribuiu para a melhora dos indicadores de distribuição da renda do trabalho, mobilidade social, consumo das famílias e redução da miséria extrema.
De forma inédita, conciliou-se crescimento do PIB (e da renda per capita) com redução da desigualdade social. O Brasil saiu do Mapa da Fome e mais de 50 milhões de “desinformados” (na visão do ex-presidente FHC) deixaram a pobreza extrema.
Em suma, o que está em jogo é uma disputa entre: o retrocesso ou o aprofundamento das conquistas sociais recentes; a concentração da riqueza ou o enfrentamento das múltiplas faces da crônica questão social brasileira; os interesses dos gênios da política ou dos “desinformados”, historicamente deserdados. (Brasil Debate)
O Sr. Aécio e as forças que representa abandonaram de vez os escrúpulos (se é que um dia os tiveram) para atingir seus objetivos. Apoiado pelos pesos-pesados da elite brasileira (antigamente se diria aristocracia) e pela imprensa ultraconservadora que nada vê além de seus próprios interesses, faz ameaças e denúncias que não tem condições de sustentar. Até agora não apresentou programa de governo, nada fala de seu aeroporto suspeito, seus discursos são vazios e permeados de acusações igualmente vazias que a mesma mídia procura amplificar e faz promessas que não terá condições de cumprir. Como vi alguém dizer logo após o final da apuração do 1o. turno na TV Bandeirantes, esta eleição será uma batalha entre os ricos e os pobres. O Sr. Aécio lembra-me muito o Sr. Fernando Collor de Melo e como ele, para mim, não passa de um aventureiro. Acaso eleito presidente, obrigará os CORREIOS a retirar a ação na justiça, já que se trata de empresa federal.
A presidente Dilma e seu antecessor muito fizeram para diminuir o abismo social e erradicar a miséria e a fome neste país e por conta de sua obra são admirados mundialmente. Somente aqui no Brasil não se lhes dá o mérito que têm.
Gentileza ignorar a postagem anterior, que saiu incompleta.
O Sr. Aécio e as forças que representa abandonaram de vez os escrúpulos (se é que um dia os tiveram) para atingir seus objetivos. Apoiado pelos pesos-pesados da elite brasileira (antigamente se diria aristocracia) e pela imprensa ultraconservadora que nada vê além de seus próprios interesses, faz ameaças e denúncias que não tem condições de sustentar. Até agora não apresentou programa de governo, nada fala de seu aeroporto suspeito, seus discursos são vazios e permeados de acusações igualmente vazias que a mesma mídia procura amplificar e faz promessas que não terá condições de cumprir. Como vi alguém dizer logo após o final da apuração do 1o. turno na TV Bandeirantes, esta eleição será uma batalha entre os ricos e os pobres. O Sr. Aécio lembra-me muito o Sr. Fernando Collor de Melo e como ele, para mim, não passa de um aventureiro. Acaso eleito presidente, obrigará os CORREIOS a retirar a ação na justiça, já que se trata de empresa federal.
A presidente Dilma e seu antecessor muito fizeram para diminuir o abismo social e erradicar a miséria e a fome neste país e por conta de sua obra são admirados mundialmente. Somente aqui no Brasil não se lhes dá o mérito que têm.
Creio que estes senhores que insistem em manter o “status quo” social em nosso país somente se convencerão de sua necessidade com uma Revolução Francesa, quando cabeças rolarão, de maneira figurada, ou não….
Todas as besteiras que está falando são oriundas dos dos “professores” do pt. este cidadão parece que não entende uma coisa chamada expectativas positivas e governo e povo unido. Os bandidos que usaram da artimanha de fundar um partido politico para roubar o tesouro do brasil – me lembra o Principe João do Rei Arthur que roubou o Reino Unido e o cidadão Robin Hood – vai dar uma guinada positivíssima sobre a nossa catastrófica economia. Hoje, cada cidadão brasileiro que nasce, nasce devendo por baixo R$ 1.700,00.
O Sr. Ricardo Dias Pelin esquece, convenientemente, o formidável aeroporto que o seu Robin Hood determinou que fosse construído na divisa de sua propriedade particular, com recursos públicos. Por outro lado, é muito estranho que esse formidável paladino da Justiça, Mr. Robin Hood, tenha governado Minas Gerais por dois mandatos e não tenha feito seu sucessor. O povo mineiro preferiu eleger o Sr. Fernando Pimentel, um governador petista, derrotando Pimenta da Veiga, do PSDB. O Sr. Fernando Pimentel é um daqueles que o Sr. Ricardo coloca entre “Os bandidos que usaram da artimanha de fundar um partido politico para roubar o tesouro do brasil”. Brasil minúsculo, este é o Brasil dele. Quanto à dívida que o Sr. Pelin atribui a cada brasileiro que nasce, se autêntica a cifra, esquece-se que não foi contraída por este governo. Décadas de desmandos na administração pública e dilapidação do dinheiro do erário determinaram o avultamento dessa dívida. Esquece-se, convenientemente, também, que desapareceram os famosos protestos de “FORA FMI” vigentes até a gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso, que promoveu uma desastrada privatização das empresas públicas para, dentre outras coisas, pagar empréstimos contraídos durante seu governo de 8 anos, junto ao mesmo FMI. Assim como promover a aprovação de sua reeleição, segundo as más línguas, ora exorcisada pelo Sr. Aécio Neves. Esses protestos desapareceram a partir da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Não sou petista de carteirinha. Detesto asneiras. Esta eleição está se caracterizando como uma eleição de ódio. De ricos contra pobres. Os privilegiados deste país não se conformam com os benefícios sociais concedidos aos trabalhadores. Assim aconteceu com Getúlio, que suicidou-se e com o presidente João Goulart, que caiu pelo mesmo motivo. Goular, que tinha sido ministro do Trabalho de Getúlio foi demitido por exigência das “classes dominantes” (termo abominável). Mais tarde, assumindo a presidência com a renúncia do Sr. Jânio Quatros, retomou seu programa de reformas. Seu programa, perfeitamente factível, é demonstrado na obra “O Projeto de Nação do Governo João Goulart – O plano trienal e as reformas de base (1861-1864), de Cássio Silva Moreira, originalmente uma tese de doutoramento em Economia.
Não, não é discurso de professor petista o que vem sendo denunciado neste blog. O programa neoliberal do Sr. Aécio se prenuncia como um desastre. O Brasil não se deve prestar a servir de laboratório para este estabanado adolescente cinquentão. De surpresas, bastam as do governo Fernando Collor de Melo, de triste lembrança.
Em tempo: O príncipe João, o João Sem-Terra, não pretendeu roubar o Reino Unido. Reinou até 1216, embora tenha encabeçado uma rebelião quando Ricardo I, enquanto rei da Inglaterra, participava da III Cruzada. Assumiu o trono com a morte de Ricardo. Mas isto é outra história.
O Sr. Ricardo Dias Pelin esquece, convenientemente, o formidável aeroporto que o seu Robin Hood determinou que fosse construído na divisa de sua propriedade particular, com recursos públicos. Por outro lado, é muito estranho que esse formidável paladino da Justiça, Mr. Robin Hood, tenha governado Minas Gerais por dois mandatos e não tenha feito seu sucessor. O povo mineiro preferiu eleger o Sr. Fernando Pimentel, um governador petista, derrotando Pimenta da Veiga, do PSDB. O Sr. Fernando Pimentel é um daqueles que o Sr. Ricardo coloca entre “Os bandidos que usaram da artimanha de fundar um partido politico para roubar o tesouro do brasil”. Brasil minúsculo, este é o Brasil dele. Quanto à dívida que o Sr. Pelin atribui a cada brasileiro que nasce, se autêntica a cifra, esquece-se que não foi contraída por este governo. Décadas de desmandos na administração pública e dilapidação do dinheiro do erário determinaram o avultamento dessa dívida. Esquece-se, convenientemente, também, que desapareceram os famosos protestos de “FORA FMI” vigentes até a gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso, que promoveu uma desastrada privatização das empresas públicas para, dentre outras coisas, pagar empréstimos contraídos durante seu governo de 8 anos, junto ao mesmo FMI. Assim como promover a aprovação de sua reeleição, segundo as más línguas, ora exorcisada pelo Sr. Aécio Neves. Esses protestos desapareceram a partir da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Não sou petista de carteirinha. Detesto asneiras. Esta eleição está se caracterizando como uma eleição de ódio. De ricos contra pobres. Os privilegiados deste país não se conformam com os benefícios sociais concedidos aos trabalhadores. Assim aconteceu com Getúlio, que suicidou-se e com o presidente João Goulart, que caiu pelo mesmo motivo. Goular, que tinha sido ministro do Trabalho de Getúlio foi demitido por exigência das “classes dominantes” (termo abominável). Mais tarde, assumindo a presidência com a renúncia do Sr. Jânio Quatros, retomou seu programa de reformas. Seu programa, perfeitamente factível, é demonstrado na obra “O Projeto de Nação do Governo João Goulart – O plano trienal e as reformas de base (1961-1964), de Cássio Silva Moreira, originalmente uma tese de doutoramento em Economia.
Não, não é discurso de professor petista o que vem sendo denunciado neste blog. O programa neoliberal do Sr. Aécio se prenuncia como um desastre. O Brasil não se deve prestar a servir de laboratório para este estabanado adolescente cinquentão. De surpresas, bastam as do governo Fernando Collor de Melo, de triste lembrança.
Em tempo: O príncipe João, o João Sem-Terra, não pretendeu roubar o Reino Unido. Reinou até 1216, embora tenha encabeçado uma rebelião quando Ricardo I, enquanto rei da Inglaterra, participava da III Cruzada. Assumiu o trono com a morte de Ricardo. Mas isto é outra história.
Este professor petista tortura números com a desenvoltura do Lula! Pensa estar falando para idiotas e crianças! É da mesma escola da Zélia Cardoso de Melo, o que não admira. 12,5% de inflação no final do governo do PSDB? O que reduz desigualdades sociais é qualificação e emprego! Educação Pública de Qualidade, Universal Gratuita e Obrigatória para Todos!
Fernandes Esteves é que tortura os números. O professor está certo. Em 2002 a inflação foi de 12,53%. Pesquise um pouco antes de falar…
Vetado pelo tom de ódio
Ulysses Ferraz
2 h ·
.
Segundo Joseph Stiglitz, economista vencedor do prêmio Nobel em 2001, nem mesmo na escola de Chicago os economistas ainda acreditam que o liberalismo radical conservador seja uma solução plausível para a sociedade. Esse é um pensamento da velha escola de Chicago, que predominou nos meios acadêmicos até a década de 1990, e que hoje só é levado a sério por economistas e jornalistas da América Latina, e por membros da elite financeira mudo afora, pois são os agentes mais beneficiados pelo ideário neoliberal. Nas principais universidades do mundo, aí incluídas Harvard, MIT, Columbia, Princeton, London School of Economics, já se considera seriamente, nos modelos explicativos, que a desigualdade é um dos mais graves fatores de ineficiência econômica. Segundo os estudos econômicos mais avançados, a busca por uma sociedade mais igualitária, a par das limitações impostas pelo meio ambiente, são os desafios mais relevantes a serem enfrentados pela economia como ciência. Infelizmente, aqui nos trópicos, a discussão sobre economia ganhou uma feição maniqueísta. Estado demônio versus mercado sacrossanto. Toda racionalidade é substituída por um receituário obsoleto, manipulado por uma imprensa parcial, uma academia decadente e uma elite cínica, mas que detêm os meios de produção dos discursos autorizados. O efeito mais alarmante é a infantilização das camadas médias da população, que assimilam acriticamente um conjunto de crenças e valores contrários a elas próprias. E a maior tragédia é o impacto real nas camadas mais carentes da população, que são as mais afetadas quando as ideologias neoliberais se convertem em políticas públicas. Dominação simbólica. Violenta e eficaz. Obscurantista.
http://www.sosvox.org/pt/petition/retomada-imediata-das-obras-do-comperj-e-angra-iii.html?utm_source=petition&utm_medium=sharers&utm_campaign=retomada_imediata_das_obras_do_comperj_e_angra_iii