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Depois de combater a fome, Brasil precisa investir na educação contra a obesidade

A variedade de alimentos no prato do brasileiro mudou nos últimos anos e as escolas têm papel importante no incentivo a uma alimentação saudável. A opinião é de especialistas ouvidos neste Dia Mundial da Alimentação. Membro do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Cosea) e pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB), Anelise Rizzolo, explica que o estilo de vida do brasileiro mudou e que isso impactou na alimentação da população.

“O tipo de alimentação que se torna mais frequente para os brasileiros são alimentos processados e hiperprocessados, como as comidas de fast food, que trazem um padrão de alimento muito rico em sal, açúcar, sódio e pobre em fibras e em nutrientes”, disse. Para Anelise, a expectativa de vida da população aumentou, mas as doenças causadas pela má alimentação tornaram-se comuns no Brasil.

“As pessoas passaram a viver por mais tempo e, devido ao estilo de vida, doenças como obesidade e diabetes começaram a crescer”. A pesquisadora diz que a consciência da importância de uma alimentação saudável começa nas escolas. “A escola é um pontapé inicial, pois tem um potencial imenso de trazer os pais para a reflexão de uma alimentação saudável”, diz.

Para Daniel Balaban, diretor do Programa Mundial de Alimentos (PMA) no Brasil e do Centro de Excelência contra a Fome, ambos da Organização das Nações Unidas (ONU), é nas escolas que as crianças aprendem o hábito da alimentação saudável.

“O problema no Brasil, depois de acabar com a fome, tem sido a obesidade. Os alimentos fast food dão a sensação de saciamento, mas não oferecem os nutrientes necessários para um bom desenvolvimento da pessoa. Combater a obesidade começa nas escolas, quando a criança vê a importância de comer alimentos saudáveis e leva para a família”.

A coordenadora do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), do Ministério da Educação (MEC), Albaneide Peixinho, explica que os recursos financeiros para compra da merenda escolar são repassados aos municípios, e que o Pnae faz exigências na compra dos alimentos.

“Nós proibimos que os alimentos sem conteúdo nutricional, como refrigerantes, sejam comprados e ainda exigimos que o cardápio tenha três pratos com frutas, legumes e verduras. Isso é obrigatório a todos os municípios que recebem recursos do Pnae, porque o espaço da educação é extramente positivo para promover hábitos saudáveis e prevenir doenças”, disse. (Agência Brasil)

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