A cidade de Valinhos (SP) economizou 1,9 bilhão de litros de água com o racionamento, que foi iniciado há oito meses. O racionamento foi implantado pela Prefeitura de Valinhos, por meio do Departamento de Águas e Esgotos (DAEV) para enfrentar a crise hídrica e a falta de investimento na captação e tratamento. A quantidade economizada é suficiente para abastecer o município por 65 dias e autosuficiente, pois a água retirada dos mananciais internos é menor do que a que brota das nascentes. Valinhos está economizando 10 milhões de litros de água por dia.
Valinhos foi uma das primeiras cidades a adotar o rodízio de abastecimento (lançado em 7 de fevereiro). “Sem o rodízio, nossa Valinhos estaria vivendo o colapso no abastecimento”, afirmou o presidente do DAEV, Luiz Mayr Neto.
O DAEV também está fazendo a substituição de 12 mil hidrômetros. Desde janeiro já foram trocadas 8 mil unidades e o restante será substituído até dezembro de 2015. A Autarquia foi contemplada pelo Consórcio da Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), para implantar o Plano Diretor de Perdas. Uma empresa está analisando a rede e a meta é reduzir o índice dos atuais 38% para algo próximo aos 28%, registrados há 10 anos.
Para reduzir a captação de água dos mananciais internos (Barragens João Antunes dos Santos, Moinho Velho, Santana do Cuiabano e Figueiras), o DAEV buscou alternativas no município e identificou dois córregos, que possuíam condições ideais para contribuir com o abastecimento.
Depois de análises realizadas pelo Laboratório do DAEV, os Córregos Ponte Alta e Invernada mostraram-se viáveis e têm contribuído cada um com 1 milhão de litros de água por dia, que reforçam a Estação de Tratamento de Água (ETA) I, aliviando a retirada de água bruta das barragens em 5%, ou 2 milhões de litros/dia.
De acordo com a própria prefeitura, essa situação é reflexo da falta de investimentos na capacidade de tratamento ao longo dos últimos 7 a 8 anos. Neste período, a oferta de água não acompanhou o ritmo de crescimento da população e do desenvolvimento da cidade. Se a Estação de Tratamento de Água (ETA) II tivesse sido ampliada, de acordo com o projeto original, provavelmente os reflexos da estiagem mais severa dos últimos 100 anos não tivesse castigado Valinhos de forma tão rigorosa.
A ETA II opera no limite da sua capacidade, que é de 17.280.000 de litros de água por dia. A sua ampliação, que custará R$ 3,5 milhões em recursos bancados pela Prefeitura e pelo DAEV, vai permitir o tratamento de 28.600.000 de litros de água por dia. As obras devem começar em outubro e a previsão de entrada em funcionamento é de 10 a 12 meses.