A obra – construída de início com Aldir Blanc e logo sintonizada pelas antenas sempre ligadas de Elis Regina (1945 – 1982) – se agigantou, incorporou outros parceiros e se tornou plural. De frente para essa obra genial, Bosco embaralha as cartas viciadas do mercado fonográfico e repisa sua caminhada com certo requinte, sem clichês.
Somente pelo fato de ter sido gravado em estúdio, 40 Anos Depois já subverte o já desgastado padrão ao vivo seguido por Bosco em sua primeira retrospectiva audiovisual, lançada em 2006 com o título de Obrigado, Gente! – João Bosco ao Vivo.
Em 40 Anos Depois, Bosco descarta os hits clássicos já revisitados na revisão anterior. E, mesmo quando eventualmente se lança sobre eles, o faz na presença de convidados que justificam a presença daquele sucesso – caso do samba-enredo O Mestre-Sala dos Mares (João Bosco e Aldir Blanc, 1975), que repisa a avenida trazendo na comissão de frente a voz de Chico Buarque (convidado também de Bom Tempo, samba de 1968, da lavra de Chico, mas esquecido de início pelo próprio compositor por conta das patrulhas ideológicas dos anos rebeldes).
Em 40 Anos Depois, nada do que foi reaparece do jeito que já foi um dia. Tudo se transformou, como diz o título do samba de Paulinho da Viola – Tudo se Transformou, de 1970 – que Bosco recria na trama refinada de seu violão percussivo que concentra influências recolhidas nos 66 anos de vida.
A apresentação é gratuita. (Carta Campinas com informações de divulgação)
JOÃO BOSCO na Concha Acústica
Encerramento do FEIA- Festival do Instituto de Artes da Unicamp
Quando: 27 de agosto
Horário: a partir das 18h
Onde: CONCHA ACUSTICA do Taquaral
Portão 2 – Parque Portugal
Entrada franca