O fim de semana tem várias sessões gratuitas de cinema no Museu da Imagem e do Som (MIS), de Campinas, que integram a programação dos diversos ciclos que acontecem no museu.
Na sexta-feira, 19, às 19h30, será exibido o filme “Underground – Mentiras da Guerra”, do diretor Emir Kusturica como parte do ciclo “O cinema de Emir Kusturica”, com curadoria do Cineclube Invert. Durante a Segunda Guerra Mundial, fabricantes de armas vivem sob o solo de Belgrado, trabalhando sem saber que lá fora a guerra já acabou. Anos depois, quando podem sair do esconderijo, eles ainda se recusam a acreditar que os conflitos terminaram. “Underground” provocou controvérsias porque, segundo alguns críticos, no filme se mescla alegoria, crítica, barroco, rococó, surrealismo e realismo. O filme foi vencedor da Palma de Ouro em Cannes/95.
No sábado, 20, às 16h, a exibição será de “Sob o domínio do medo”, filme de Sam Peckinpah, como parte da programação do ciclo “Aula de Cinema”, que tem curadoria do crítico de cinema e jornalista Ricardo Pereira.
No colégio, na escola superior militar e no corpo de fuzileiros navais, Sam Peckinpah (1926-1984) foi um notório beberrão de temperamento difícil. Após estudar arte dramática, fez alguns trabalhos na televisão, depois escreveu para cinema e TV, às vezes em parceria com Don Siegel. Começou a dirigir em 1961 e seu primeiro grande trabalho foi “Juramento de Vingança” (1965). Seu tema permanente era a relação entre masculinidade e violência, permeada pelo vazio existencial. Tornou-se brutal em “Meu Ódio Será tua Herança” (1969), um faroeste sangrento que ganhou notoriedade, como o restante de sua obra, devido ao derramamento de sangue e tiroteio em câmera lenta. “Sob o Domínio do Medo” (1971), filmado na Grã-Bretanha, lhe causou problemas com a censura britânica. Sua obra mais conhecida é o faroeste sério e evocativo “Pat Garrett e Billy The Kid” (1973), enquanto “Tragam-me a Cabeça de Alfredo Garcia” (1974) é considerado a quintessência do cinema grunge. Problemas com a bebida e brigas com produtores caracterizaram seus últimos anos de carreira.
“Sob o domínio do medo” nos mostra que tudo o que o pacato matemático americano David Sumner (Dustin Hoffman) queria quando se mudou para uma fazenda no interior da Inglaterra com sua jovem esposa Amy (Susan George) era paz e tranqüilidade para terminar seu livro. Mas seu sonho de encontrar o lugar perfeito se desfaz quando os homens que contratou para reformar sua garagem começam um jogo de intimidação e medo, progressivamente invadindo sua casa e desrespeitando o casal. David vai ser posto em uma dura provação e será levado até o limite para defender seu lar, sua honra e sua esposa. Marcante e perturbador, com brilhantes atuações de Dustin Hoffman e Susan George, em um dos melhores filmes de Sam Peckinpah. (EUA/Inglaterra, 1971. Colorido, 118 min.)
Para encerrar a programação do final de semana, às 19h30, ainda no sábado, será exibido o filme “Pacto de Sangue”, de Billy Wilder, integrando a programação do Ciclo Noir, que tem curadoria de Laerte Ziggiatti. Conspiração, traição, amor, sexo, crime, corrupção, paranóia, ambição. Estes são os temas mais característicos do noir, todos presentes em “Pacto de Sangue”, para muitos a quintessência desse gênero cinematográfico. A direção de Billy Wilder (Crepúsculo dos Deuses) e o roteiro de Raymond Chandler, mestre da literatura policial, colaboram decisivamente para a realização desse “noir modelo”. (108 min)
As exibições são abertas ao público em geral e seguidas de debate. (Carta Campinas com informações de divulgação)