O candidato do PCB à Presidência da República, Mauro Iasi, defendeu nesta sexta-feira (26) a desmilitarização das polícias militares como forma de combater a corrupção dentro das instituições. Segundo o candidato, os desvios são favorecidos pela rígida hierarquia militar, pois quem está abaixo, na cadeia de comando, não pode se insurgir contra as práticas criminosas.
Iasi citou como exemplo a recente operação do Ministério Público (MP) contra a cúpula da Polícia Militar (PM) no Rio, suspeita de cobrar propinas de comerciantes, operadores de transporte clandestino e promotores de eventos, principalmente na zona oeste da cidade.
“A desmilitarização hoje é uma necessidade. Estamos acompanhando o grau de desorganização e degeneração em que está a Polícia Militar. Como é uma corporação altamente hierarquizada, muitas vezes, o policial que percebe esquemas e formas irregulares de funcionamento fica intimidado em denunciar, exatamente porque aqueles que estão envolvidos são de patente superior”, destacou o candidato.
Ele considerou falido o atual sistema de segurança público e propôs o fim da PM e a unificação das duas polícias na carreira da Polícia Civil. “A PM se mostra ineficiente contra a mudança no perfil do crime, cada vez mais urbanizado, com a população isolada em bairros longe dos centros. Tudo isso gera um perfil que a PM não está preparada para enfrentar. Só aumenta o número de efetivo, armando-se cada vez mais, reprimindo e causando um verdadeiro genocídio.”
Na próxima terça-feira (30), Iasi participará de debate na Associação dos Professores da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo. Na quarta-feira (1º), o candidato terá encontro no Diretório Central de Estudantes (DCE) da Universidade de São Paulo (USP). (Agência Brasil/Vladimir Platonow)