Um dos principais articuladores do plano de governo na área de economia de Marina Silva, Alexandre Rands, deu uma entrevista ao jornal O Globo em que diz que a área econômica da Unicamp, que hoje tem influência no governo de Dilma Rousseff, é atrasada e isolada. Ao se referir à influência da Universidade Estadual de Campinas no governo petista, ele afirmou que “Campinas é uma ilha que parou no tempo”.
Irmão do ex-deputado Maurício Rands, coordenador do programa de governo do presidenciável, Alexandre Rands está ao lado de Eduardo Gianetti na formulação econômica do plano de Marina Silva. Em certo momento da entrevista, Rands diz: “Não é porque os economistas de Marina são tucanos, mas simplesmente porque hoje em dia existem alguns consensos na teoria econômica. Estão em todas as universidades americanas, em 98% das europeias, em 95% das asiáticas e 97% das brasileiras. Só uma universidade aqui não tem articulação internacional, não traz e não manda ninguém para o exterior: a de Campinas (Unicamp). Ela é endógena. No entanto, tem uma força no governo Dilma que não tinha no de Lula, que era muito mais próximo do que Marina defende hoje. Os economistas de Campinas não consideram todo o desenvolvimento da teoria econômica desde a década de 1960. Dilma pensa com a cabeça de Campinas, que hoje é um lugar isolado, fora do mundo. Uma ilha que parou no tempo. Pela primeira vez, cada candidato tem propostas de desenvolvimento baseada em concepções diferentes”.
Doutor em economia pela Universidade de Illinois (EUA), ele admite ter feito investimentos em sua empresa com juros subsidiados do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico), mas critica o prato que comeu. Ele faz uma desmerece o atual modelo de incentivos ao setor produtivo de Dilma Rousseff (PT), a quem acusa de manter com o empresariado uma relação contraditória: “Trata o empresariado como uma prostituta. Quer estar com ele, desfrutar de suas benesses, mas depois denigre sua imagem”.
Alexandre Rands acabou com a missão de condensar o capítulo econômico, assumido integralmente por Marina Silva na cabeça da chapa do PSB. Poucos dias depois da tragédia com o avião de Eduardo Campos, Rands já estava de novo viajando pelo país para defender propostas do programa econômico da candidata, mas agora, ressalta, apenas como “um dos colaboradores. Veja entrevista completa no O Globo (Carta Campinas)
Alguém poderia mostrar está matéria publicada no jornal português “Público” na última semana.
http://www.publico.pt/ciencia/noticia/universidade-de-campinas-um-oasis-da-investigacao-no-interior-de-sao-paulo-1669200
Estão aparecendo “figurinhas” oportunistas — fundamentalistas do livre-mercado — que estão saindo do ostracismo para ditar “regras para o futuro governo” da candidata fundamentalista-religiosa! Cabe repetir a pergunta do professor emérito da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Rogério Cezar de Cerqueira Leite (FSP, 31/08/14), 83 anos, físico, membro do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia e do Conselho Editorial da Folha. “Teria sido pelas suas ideias que esses economistas e intelectuais aderiram à Rede ou seria por causa do caudal aurífero eleitoral que, na sua liderança, perceberam?” O resto é recalque e complexo de inferioridade. Coitado…
Que os cientistas econômicos costumam desenvolver sistemas mirabolantes para explicar como se deve entender o mercado, todos já sabemos. Mas confesso que nunca via tanta besteira junta. Nenhum campus universitário está isolado, nem na China. Os embates acadêmicos são constantes, e as políticas para a economia brasileira estão sendo colocadas em prática de acordo com a realidade internacional, não porque caprichosamente alguns governantes querem, ou mesmo teóricos se posicionam.