Após um mês, um caso grave de atentado à democracia ganhou pouca importância na sociedade brasileira. Um estudante de direito, Murilo Magalhães, que tentou se acorrentar ao portão da Secretaria Estadual de Segurança Pública de São Paulo, como forma de protesto, foi abordado por três policiais não identificados, que o carregaram para dentro da Secretaria, segundo seu próprio relato registrado em vídeo. Lá teria sido torturado.
O relato do estudante revela, mais uma vez, que práticas e procedimentos do período mais violento da ditadura de 64, continuam presentes e, mais grave, não são em delegacias de periferia, mas na própria Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
Murilo foi detido próximo das 10h da manhã, e relata ter sido carregado para dentro da secretaria perto do meio dia, onde permaneceu em torno de 1h sendo torturado física e psicologicamente. Ele teria sido legado para um corredor escuro, depois para uma sala onde não havia Câmaras de segurança.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo negou a tortura.: “O estudante em questão foi preso depois de agredir um policial que atua na Secretaria da Segurança Pública durante uma manifestação que reuniu cerca de 15 jovens que tentaram invadir prédio da pasta. Não houve agressão por parte de policiais que, no entanto, agindo dentro da legalidade, tiveram que usar de força física para contê-lo. O rapaz foi autuado em flagrante pelos crimes de resistência e violação de domicílio, que podem resultar em penas de até 2 anos e 3 meses de prisão”.
O relato do estudante está no vídeo abaixo.
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