É preciso uma retrospectiva histórica para se explicar as particularidades de cada um dos conflitos e blá blá blá blá… Não, não é preciso de nada disso. Todos as guerras têm a mesma explicação.
A guerra é a arte de manipular exércitos, de angariar combatentes, de converter o trabalho em armas e em morte. É cobrir a mais mesquinha das intenções, com as vestes do mais nobre objetivo. É criar falácias e difamar. É a arte de polarizar os iguais, de semear o ódio em nome da paz, de alienar e desinformar. A guerra consiste em acumular ganhos e privilégios apenas para quem já os têm ao montes. A guerra consiste em queimar seres humanos antes do tempo, para que, como o carvão, o mais arcaico dos combustíveis, movimentem a maria fumaça que leva o champanhe e o caviar para seus generais, chefes de estado e aristocratas de todos os tipos. A guerra se ocupa em não deixar que o ser humano se desenvolva e caminhe seu caminho natural. Poda-nos antes que possamos nos divertir, aprender com nossos erros (vide a guerra), rumar sem cabrestos, nos transformar, entender os ciclos da natureza, criar, amar, envelhecer, ensinar e morrer.
Mas não, a guerra insiste em inventar inimigos. Em iludir de que a morte deles resolverá tudo. Se a morte resolverá, esperemos, a única certeza é de que a morte virá. E quando a morte passar a chegar, só a seu tempo, sem ser apressada, a humanidade terá tido a oportunidade de utilizar seu combustível da forma mais evoluída, ilimitada, livre e inimaginável possível.
O problema da guerra é que os soldados acreditam nos generais e nós, nos políticos, no clero, nas oligarquias, na grande mídia, que, sem generalismos, coincidentemente são os que menos sofrem com as guerras. Coincidentemente, são os que mais fomentam e lucram com as guerras. Qualquer proposta de guerra hoje em dia já devia ser vista como piada.
Eu quero que meu trabalho se converta em vidas bem vividas, até que a morte chegue. Eu quero que meus líderes invistam em exércitos de diplomatas e que um dia seja decretada a 1ª Grande Diplomacia Mundial! Eu quero que aceitemos que a tolerância dói menos do que ver uma criança estilhaçada por uma granada.
É preciso uma retrospectiva histórica para se entender que termos aniquilado alguns povos e países no passado, não valeu a pena, não rendeu bons frutos. As promessas dos generais e senhores da guerra para se chegar a um mundo melhor jamais se cumpriram e nunca se cumprirão por esses moldes.
Eu vejo um mundo melhor no dia em que nós, meros seres humanos sem objetivos imperialistas ou bélicos, que apenas gostamos de viver, mas que somos infinitamente mais numerosos, deixarmos de nos curvar a imposições ridículas que já sabemos para onde nos levarão. Eu vejo um mundo melhor, no dia em que uma proposta de guerra seja respondida por nós, com uma sonora gargalhada! (Luís Fernando Praga)
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