A briga alimentada pela grande mídia entre PT e PSDB já dura 12 anos. A grande mídia e setores conservadores acreditam a cada eleição que vencerão os laços petistas na sociedade brasileira e comprometem assim uma discussão mais ampla sobre a política.
Destilam rancor com colunistas e fazem todo tipo de malabarismo jornalístico para recuperarem o poder. Enquanto isso, a classe média baba nesses discursos de ódio, temendo o comunismo (kkkk) e todos ignoram o crescimento do Estado religioso no Brasil, com todo tipo de retrocesso, mentiras absolutas travestidas de “verdades” e ódio à felicidade. A mídia tem seus interesses econômicos diretos, mas a classe média é massa de manobra útil.
Se a força política evangélica já é considerável hoje, a situação será complicada nos próximos anos. A bancada talibânica brasileira, que está disseminada em todos os grandes partidos, de esquerda à direita, prevê crescer 30% nas próximas eleições. Inclusive há partidos políticos, em flagrante afronta ao estado laico, como o PR e PSC, desfrutando da imatura democracia brasileira que querem destruir transformando preceitos religiosos em leis horrendas contra mulheres, homossexuais e outros setores da população. A teologia da prosperidade cai como uma luva numa democracia que permite a corrupção legalizada, por meio do financiamento de campanha.
Segundo dados da própria Frente Parlamentar Evangélica, nas eleições de 2010, a bancada cresceu de 46 deputados (9% do total da Casa) para 68 deputados (13,2% do total), um crescimento de mais de 50%, se comparado ao tamanho da bancada no mandato anterior. Neste ano de 2014, um pastor, candidato do PSC, que diz defender a “família”, tem 4% dos votos, segundo as últimas pesquisas. Isso sem contar com a Marina Silva (Rede), que é vice de Eduardo Campos, terceiro colocado nas pesquisas.
A intolerância já saiu do armário e veio para ficar, como se viu na tentativa de se aprovar o monstruoso estatuto do nascituro e outras barbaridades. Veja o que já acontece em Uganda, com essa associação entre estado e evangélicos. Esse é o pano de fundo de um futuro obscurantista para o Brasil.
e que Alguém tenha misericórdia de nós…
Glauco, não se aporrinhe!
Quem segura as rédeas do País são os donos do dinheiro. Foi assim desde Tomé de Souza e não é depois de amanhã que a situação vai mudar.
O «vil metal» sempre mexe com a cabeça das pessoas. Assim como o atual partido dominante abjurou todos os seus princípios e atirou ao lixo sua ideologia, os futuros donos do poder ― sejam eles quem forem ― farão exatamente a mesma coisa.
Onde estiver o dinheiro, estarão os cortesãos. Evangélicos ou ateus, xiitas ou anárquicos, progressistas ou reacionários seguem todos o mesmo caminho.
Que ninguém se iluda: a elite endinheirada e conservadora jamais foi apartada do poder. Os coronéis da velha estirpe, os latifundiários, os grandes industriais, os aventureiros da finança sempre estiveram lá.
E lá continuarão, seja quem for que venha a ocupar a cadeira presidencial e seja qual for a composição do novo Congresso.
É amargo, mas assim é.
Grande abraço,
José Horta Manzano
BrasildeLonge.com
PS: O que eu acabo de dizer não me impede de torcer para que a próxima eleição traga caras novas. A alternância faz bem à democracia.